segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

Lily por aí: Revelando São Paulo 2017

O Revelando São Paulo é um evento que acontecia todo anos na capital e em algumas cidades do interior, mas em 2016 não teve e em 2017 só teve uma edição em novembro em São Paulo, menor que as anteriores e por bem menos dias também. É um festival de cultura tradicional paulista que traz artesanato e culinária de várias cidadezinhas do interior, te dando a chance de conhecer melhor seu Estado e as influências culturais que el recebeu ao longo dos anos.

Tem cidade mais puxada para a cultura indígena, cidade mais puxada para cultura portuguesa, alguns que a gente automaticamente liga com o nordeste brasileiro – que tem uma cultura mais “própria” e menos “do velho continente” -, cultura cigana e, esse ano, uma área de culinária estrangeira, food trucks com comida tradicional do Chile, da Colômbia, da Grécia, da França... Bem divertido. xD

Uma publicação compartilhada por Luisa Cardoso Monroe (@lilyfaylinn) em

Tem também as apresentações no palco principal e pelos corredores do evento. O palco segue a programação, tem orquestra de viola, folia de reis, congos, congadas, moçambique, fanfarra, catira...

Já nos corredores é meio aleatório, tem violeiro que senta numa das mesas da área de culinária e começa a tocar moda de viola, tem apresentações ciganas e indígenas, tem grupo de fanfarra tocando... E você não tem como saber quando e onde isso acontece, é interessante estar andando na área de artesanato e se deparar com índios fazendo uma dança no corredor, por exemplo. xD

Uma publicação compartilhada por Luisa Cardoso Monroe (@lilyfaylinn) em

Como eu disse antes, esse ano o festival foi menor e mais curto, mas consegui ir em mais dias que geralmente costumo ir, então valeu assim mesmo. xD Fui no primeiro dia, com mãe e pai, assistimos a abertura do evento, com apresentação de fanfarras, e, como era dia de semana e estava mais vazio, aproveitamos para olhar tuuuuudo, todos os corredores de artesanato, todos os espaços de culinária, rancho, tudo.

Depois voltei mais três dias sozinha, um para ver as apresentações de catira, outra para comprar dois presentes almoçar, e no último dia, apenas porque era o último dia – e assisti apresentações de congos, congadas e moçambique, uma apresentação indígena e uma cigana -, e também para almoçar.

Uma publicação compartilhada por Luisa Cardoso Monroe (@lilyfaylinn) em

Aliás, se tiver ainda sobrar alguma dúvida de que o festival é incrível, vá pela comida. o/ Só nesses dias que eu fui, almocei comida tropeira, comida do lobisomem (it’s a thing, é meio tudo que um lobisomem comeria para não comer as galinhas dos fazendeiros xD), waffle com morango e nutella, frutas cristalizadas, pé-de-moça, maria-mole, suco de uva integral, virado paulista... E tem várias outras opções – é que euzinha não curto peixe nem sou tão fã assim de carne, mas tem MUITAS opções pra quem curte.

Agora é só esperar e torcer para ter esse ano de novo, porque esse é, definitivamente, um dos meus eventos preferidos. ♥

Uma publicação compartilhada por Luisa Cardoso Monroe (@lilyfaylinn) em

sábado, 3 de fevereiro de 2018

Precisamos Falar Sobre Kevin (2011)

Mais um post que estava escrito há uns tempos e é sobre algo meio polêmico. \o/ Here we go! \o/

Sinopse: "Eva (Tilda Swinton) mora sozinha e teve sua casa e carro pintados de vermelho. Maltratada nas ruas, ela tenta recomeçar a vida com um novo emprego e vive temorosa, evitando as pessoas. O motivo desta situação vem de seu passado, da época em que era casada com Franklin (John C. Reilly), com quem teve dois filhos: Kevin (Jasper Newell/Ezra Miller) e Lucy (Ursula Parker). Seu relacionamento com o primogênito, Kevin, sempre foi complicado, desde quando ele era bebê. Com o tempo a situação foi se agravando mas, mesmo conhecendo o filho muito bem, Eva jamais imaginaria do que ele seria capaz de fazer.”

Direção: Lynne Ramsay

Duração: 124min.

Precisamos Falar Sobre Kevin é um filme baseado no livro homônimo, que graças a Deus não foi baseado em fatos reais. Apesar do nome, o filme conta mesmo é a história da mãe do Kevin, Eva, e começa no futuro, num pós-acontecimento que é o que guia o filme: um atentado na escola do Kevin. Através de flashbacks, Eva revive do momento em que descobriu que estava grávida até como chegou ao ponto em que está – com a casa e o carro sendo pichados e atacados, e as pessoas em volta a condenando.

É um filme pesado, I tell you that. Daqueles sem heróis, final feliz ou explicações. Desde o começo, fica claro que a Eva não estava nem um pouco animada com a ideia de ter um filho, não se sentia bem ou se identificava com o bebê, e isso vai piorando conforme o Kevin vai crescendo - e ele menospreza a mãe. Junte a isso um marido que nunca “funcionou” como pai ou marido, e o resultado nunca pode ser bom.


Conforme o Kevin cresce, tem esse dois lados funcionando sem qualquer harmonia – a mãe que até tenta, mas não consegue lidar com o filho, e parece terrivelmente fraca por causa disso, e o pai que só aparece na hora de permitir o que a mãe negou (e vice-versa) ou de ajudar a sacanear/culpar a mãe. Não raras vezes, aliás, tudo fica meio... Forçado demais, e eu não sei se isso vem do livro, ou se é para parecer que as coisas são do ponto de vista da mãe mesmo, mas fica a impressão de que ela é saco de pancadas sem qualquer motivo aparente, recebendo todas as respostas sarcásticas, caretas, malcriações...

Do meio para o final do filme, Eva engravida de novo e tudo é exatamente o contrário do que foi a chegada do Kevin. Ela está mais feliz, mais sorridente, se apega muito mais à menina, tem todo um novo cuidado com a filha. Lucy é aquela menina inocente que não percebe qualquer maldade no... Cara mau, e isso causa problemas que, mais tarde, são só mais um peso na culpa que a Eva já sente, mais um item pra ela se culpar e ser culpada – e, por sua vez, culpar ao Kevin e a si mesma.


A história toda é contada para chegar no atentado na escola, que é contado por inteiro, desde a manhã até a Eva indo para escola e, depois, chegando em casa à noite. É o grande motivo da história existir, e qualquer comentário aqui seria um spoiler que eu prefiro evitar. :P Apesar disso, o filme é bem menos gráfico do que eu esperava, so there's that.

E o filme alterna entre presente e passado, e os momentos no presente são tão cruéis quanto os do passado. A casa está toda pichada, o carro também, ela chega a levar uma cuspida na rua e ela própria se culpa - num momento x ela encontra um ex-colega de escola do Kevin, que está paraplégico, e foge enquanto ele grita que a culpa não é dela. É triste de ver e pesado de imaginar, porque, querendo ou não, a maioria dos culpados por atentados têm uma família, mãe, pai, às vezes irmãos, que meio que não tem nada a ver com o atentando ou qualquer problema psicológico que a pessoa tenha, mas dividem o mesmo sobrenome e são julgadas culpadas por isso.

No geral, eu achei o filme bem perturbador, a ponto de não saber dizer se gostei ou não e, consequentemente, se eu recomendo ou não. É o tipo de filme que eu não recomendaria para mim mesma, não é leve, não tem uma história bonita, não tem um personagem sequer cativante, mas é dolorosamente algo que poderia ser baseado em fatos reais – quantos atentados em escolas você já viu virarem notícia?


Mas, como eu acho que esse é meio o ponto do livro e do filme, ponto positivo pra eles por me deixarem incomodada assim - não é um filme legal de assistir, sessão da tarde e tal, bem pelo contrário, eu terminei sem vontade de rever, mas lembrando muito bem de cada detalhe.