Fly with me: I got my visa!

“Não diga que a canção
Está perdida
Tenha em fé em Deus
Tenha fé na vida”
Tente Outra Vez, Raul Seixas

Yeeeeah, depois de horas e horas, I got my visa!

Basicamente, esse post pode ser considerado um “senta-que-lá-vem-história”. Está gigante, sinceramente, e não deve interessar a todos. É um resumo mal resumido da minha saga para tirar o visto, mais ou menos igual a minha saga para tirar o passaporte. Como isso me deixa bem alegrinha, já, já vou pro PS editar as imagens pros posts. :P (é, chega de post sem imagem u.u)

Honestamente os blogs de (futuras e ex) Au Pairs por aí me ajudaram mais do que eu poderia explicar. E provavelmente o que eu vou contar aqui não é muito diferente do que qualquer um pode encontrar na internet. Assim como as dicas são praticamente óbvias, mas não custa nada lembrar, certo?

Como dá pra ver nos posts anteriores, tempo não era algo com o qual eu contava, então marquei pro único horário disponível no dia mais próximo possível depois que peguei meu passaporte: 11 horas da manhã do dia 4 de janeiro de 2011.

Depois de uma correria básica (dica 1: quando for agendar o visto, tenha uma impressora ligada ao PC, porque quando você agenda aparece uma página de confirmação para ser impressa e essa não tem como mandar por e-mail! Se você, como eu, não tiver uma por perto, dá printscreen e salva no Word pra imprimir depois) pra conseguir o dia, que não foi o que eu queria (27/12), veio a primeira parte complicada: o DS-160.

Comecei a preencher (dica 2: tenha todos os documentos por perto quando for preencher) e travei em endereço nos EUA. Eu não comprei passagens nem nada ainda, como ia ter endereço por lá? Uma pesquisa básica na internet e coloquei o endereço do hotel que eu pretendo ficar. Depois, em “contato nos EUA”, coloquei os dados do mesmo hotel (peguei no próprio site do Edson Hotel) e marquei “do not know” na parte do contato da pessoa.

Perguntas random no final do application, passei pra foto. Bem, pra quem não sabe, o consulado tem uma série de especificações sobre a foto (e pode ser 5x5 ou 5x7), e mesmo colocando uma no application, precisa levar uma na hora de fazer o visto. No meu caso foi ainda mais complicado porque tive uma crise de risos quando deveria ficar séria.

Terminado o application, mandei a página de confirmação por e-mail e pedi pro meu pai imprimir porque, sim, precisa ser em impressora à laser. Comecei a guardar numa pastinha todas as folhas: num clip estava a confirmação do visto, a confirmação do application, a foto 5x5, a guia do Citibank (que, por acaso, foi R$252,00...) e meu passaporte; noutro estavam os documentos adicionais, pra mostrar na entrevista caso precisasse: boleto da minha rematrícula, papel da bolsa de estudos, meu histórico escolar e financeiro da faculdade, os holerites dos meus pais, extratos dos últimos três meses da minha conta, uma folha dizendo que meu CPF estava regular. Num envelope separado levei as declarações do IR dos meus pais.

Se eu usei tudo isso? Bem, usei os holerites quando ela me perguntou sobre a renda dos meus pais. Não são exatamente úteis, mas conhece a Lei de Murphy, certo? Se você não levar, provável que vão pedir, então leve.

Bem, tudo organizado, arrumei a bolsa também e deixei tudo pronto na véspera. Devo dizer que meus pais e minha irmã foram minha salvação, porque enquanto eu estava no trabalho, eles que correram com banco e impressões pra mim.

Hoje de manhã minha santa mãezinha me acordou e eu, que não sei o que é dormir bem há dias, tomei café-da-manhã e me vesti (dica 3: se você marcou a entrevista para o período da tarde, cuidado com a parte em que você não almoça direito, ok? Tome um bom café-da-manhã. E vista roupas confortáveis, porque dificilmente você sai de lá “rápido”). O caminho até o consulado foi até que rápido, eu achei que demorasse mais. Cheguei lá pouco antes das 11h, entrei na fila para conferirem meus documentos e eu entrar para... Bem, conferirem meus documentos. A atendente também grampeou a foto e a guia do Citibank nas folhas de confirmação.

Não tive problemas com nenhum atendente por lá, todos foram muito simpáticos com a minha desnorteada pessoa. Lá dentro, outra fila. Simplesmente siga o fluxo e a faixa verde no chão, ignorando a multidão parada com cara de tédio – logo você se juntará a ela. O homem que conferiu meus documentos foi o primeiro a perguntar se era o visto de turismo. Confirmei, ele me deu uma senha – também grampeada nos papéis que ele pegou - e me mandou para a fila do lado, para a pré-entrevista.

Minha pré-entrevista foi, basicamente, responder ao “visto de turismo?” e “é seu primeiro visto?”. Um “sim” para cada pergunta e ele me mandou para os “guichês vermelhos” para tirar as digitais, falando pr’eu acompanhar os painéis de senha e ver quando chamassem a minha. Ok, saí dali e me perdi. Uma atendente me viu completamente sem direção e pediu pra ver minha senha. Apontou um monitor e falou que era pra acompanhar aquelas senhas, depois apontou o outro monitor e falou que eu podia esperar por ali se quisesse.

E eu esperei. Esperei até minha pernas doerem e eu cansar de esperar. Minha senha era a 2649, quando cheguei estava no 2410, mas quando cansei ainda estava no 2450.

(pausa para a dica 4: nesse tempo em que fiquei de pé, estava do lado do segundo monitor, na frente dos guichês de entrevista. Pude olhar algumas entrevistas e não recomendo isso, a ansiedade aumenta e o medo também. Umas das pessoas que vi serem entrevistadas teve o visto negado e a voz do cônsul ecoou na minha cabeça por um tempo - “por isso seu visto foi negado”. Aparentemente isso chamou a atenção de quem estava perto de mim, todos olharam para o guichê em questão)

Aproveitei que ainda não estava chovendo e fui sentar num dos bancos do lado de fora. Fiquei um tempo por ali e entrei de novo. Senha 2483. Fiquei por ali até a senha 2500, depois desisti e voltei pro banco do lado de fora. Mais ou menos na senha 2560 eu resolvi entrar outra vez, e enquanto estava ali um cara passou distribuindo envelopes e AR para já irmos preenchendo. Quase na mesma hora uma mulher levantou do banco perto de onde eu estava e eu pude sentar e preencher. Mais ou menos nesse momento me deu fome, mas eu já não podia sair dali – minha senha estava muito perto pra atravessar aquele povo todo.

O cara do meu lado pediu a caneta emprestada e puxou conversa comigo. Deu pra rir e me distrair até chegar na minha senha. Hora de tirar as digitais. =)

Foi engraçado parar na frente da janela e ouvir um “Oi!” animado. Eu, que estava cansada, com fome e dor nas pernas, não evitei a risada. Pras digitais não tem segredo, só seguir o painel do lado do guichê.

Quando essa parte finalmente passa – já devia ser o que? 14h35, talvez? -, tudo vai mais rápido. A atendente aponta o final da fila e pede o AR, grampeando a outra metade do papelzinho que me deram na entrada. Entro na dança da cadeira e, mais rápido do que eu pude perceber, estava na frente da fila, esperando a minha vez.

Naquele sonho que eu tive, a pessoa que me entrevistou era uma mulher com cabelo bem liso, loira, e pele bem branca. Adivinhe meu susto quando vi que a consulesa que me entrevistaria era loira, de cabelos lisos e pele bem branca.

Com um sotaque bem carregado, ela fez a entrevista toda em português. Embora tenha sido rápida, eu estava ansiosa e ficava mais nervosa a cada pergunta que ela fazia. (dica 5: tente manter a calma, sim?) Não tive problemas pra responder nada, e algumas perguntas ela repetiu – não sei se de propósito ou se estava mesmo difícil de me entender falando português. Como fiquei olhando as outras entrevistas, fiquei bem feliz quando ela falou que precisava da digital do meu polegar. E em pânico quando ela não conseguiu pegar a digital nem do meu polegar, nem do meu indicador. Ela pediu o médio da mão esquerda e esse funcionou. O único sorriso que vi ela dar foi quando me desejou bom dia, depois de dizer que meu visto estava aprovado. =D

Peguei mais uma fila quando saí – na chuva – pra pagar o Sedex e passei mal depois que comi um salgado com mamãe. :P

Toda a agonia valeu a pena agora que tenho o visto aprovado e vou poder ver o Billie Joe na Broadway! \o/

Obrigada, anjinhos na minha vida, porque sem vocês, honestamente, acho que estaria enfiada numa depressão sem fim. :P

Agora