Ou “porque eu desisti da série”
Sim, eu tenho mil resenhas e críticas para publicar, mas esse post tinha que vir antes. Se você olhar minhas metas de março, uma delas é terminar a segunda temporada de Vikings, porque eu terminei (tem resenha aqui), mas, geez, eu não conseguia nem com reza lembrar dos dois últimos episódios, e a terceira temporada já estava para estreiar mesmo. Antes de assistir, eu acompanhei os comentários sobre a terceira temporada – com spoilers, porque spoilers me incomodam só em determinadas ocasiões, e essa não era uma delas - e... Perdi a vontade de continuar acompanhando a série num geral. E esse é um post parte crítica, parte comentário, parte desabafo – por isso, aviso, tem spoilers.
A segunda temporada termina com o Ragnar como rei depois de uma mega batalha. Ele termina a temporada mais próximo do Athelstan – até reza o Pai Nosso antes da luta, porque precisa da ajuda de todos os deuses pra quem ele puder pedir -, e com muitos inimigos. É meio que o esperado.
O problema começa na terceira temporada. Os personagens chatinhos na segunda parecem ficar piores na terceira, já que muitas reclamações são da falta de qualidades dos novos personagens – como o Bjorn adulto. Falta lógica em alguns acontecimentos e tudo parece extremamente previsível. Além disso, até o momento – sexto episódio -, só duas personagens femininas não traíram os respectivos maridos, todo o resto tem um caso, um segundo casamento, uma gravidez do amante.
Mas, verdade seja dita, meu maior problema com a série foi o destino do Athelstan. Recapitulando, eu comecei a assistir Vikings porque George Blagden estava no elenco, e Athelstan se mostrou um personagem realmente interessante, perdido entre cristianismo e mitologia nórdica, tentando ao máximo se anular e/ou se misturar para sobreviver. E até agora isso estava indo muito bem. O problema foi o acidente que foi essa terceira temporada até aqui.
Para começar, ele é o exemplo de um personagem “out of character”. Durante duas temporadas, pelo menos três mulheres tentaram – muito – seduzir o monge em crise, sem sucesso. Por motivos inexplicáveis, foi a mulher que nem tentando seduzir for real estava que conseguiu. Então não apenas o cara que fugia das mulheres e mantinha o celibato foi para cima de uma mulher aleatória, e dormiu com ela, como a tal mulher era casada. Claro, o monge certinho, tímido que dói, vai dormir com uma mulher casada.
Outro problema foi que os diálogos estavam bem bestas – os gifs e os quotes podem te confirmar isso -, e deixando tudo dolorosamente óbvio. Tãi óbvio que ninguém tinha mais dúvidas de que o Athelstan seria morto de alguma maneira, e que a Judith estava grávida dele – o filho, aliás, chama Alfred, e vai crescer para ser um dos reis mais justos da História. Dito e feito, o episódio 6, Born Again, teve a morte do Athelstan – causada não pelo marido traído, mas pelo Floki, bem aleatoriamente.
Depois de voltar para o vilarejo – numa daquelas mágicas viagens de barco -, Athelstan aleatoriamente – porque muita coisa parece MUITO aleatória – redescobre sua fé e volta a ser cristão. Floki o vê jogando o bracelete – “arm ring”, any help? –no mar e, mesmo depois de o Ragnar reafirmar, de novo e de novo, que confia no Athelstan, impedí-lo de ir embora por se declarar cristão, e quase arrancar a cabeça de quem tenta afastá-los, resolve que um cristão não é confiável e o mata à noite. Well done, Floki, agora só espere o Ragnar descobrir.
So, yeah, dos personagens interessantes, só sobrou mesmo o Ragnar – Lagaertha parece ter fases -, os que entraram na segunda e na terceira temporada não empolgam, a história parece cheia de furos irritantes, e as pessoas continuam imortais, com anos e anos passando e ninguém realmente envelhecendo – a exceção das crianças, que viram adultos imortais. Some isso à eliminação do meu personagem preferido depois de muitos episódios totalmente contrários ao personagem que foi apresentado – again, out of character -, e eu não sinto qualquer vontade de continuar vendo a série, que teve confirmada a quarta temporada.
Sad, but true.