Sinopse: "Anos atrás, Kahlen foi salva de um naufrágio pela própria Água. Para pagar sua dívida, a garota se tornou uma sereia e, durante cem anos, precisa usar sua voz para atrair as pessoas para se afogarem no mar. Kahlen está decidida a cumprir sua sentença à risca, até que ela conhece Akinli. Lindo, carinhoso e gentil, o garoto é tudo o que Kahlen sempre sonhou. Apesar de não poderem conversar pois a voz da sereia é fatal , logo surge uma conexão intensa entre os dois. É contra as regras se apaixonar por um humano, e se a Água descobrir, Kahlen será obrigada a abandonar Akinli para sempre. Mas pela primeira vez em muitos anos de obediência, ela está determinada a seguir seu coração.”
Autora: Kiera Cass
SO, eu já tinha lido toda A Seleção (excluindo a duologia que seguiu a trilogia, que eu sinceramente considero mais um spin-off que outra coisa e não tenho qualquer plano de ler), não curti, achei a escrita meio méh, o plot cheio de furos, a protagonista chata e a história enrolada, com capítulos encheção de linguiça, mas por algum motivo x resolvi ler A Sereia e tentar de novo. Não rolou.
A Sereia conta a história de Kahlen, uma adolescente que é salva de um naufrágio, logo no começo do livro, pela Água, que aqui é meio que uma entidade que “devora” humanos (por isso os naufrágios), e transformada em sereia. Ou seja, em troca de ter sua vida salva, Kahlen deve servir à Água por cem anos antes de ser transformada em humana novamente, e por todo esse tempo não pode falar com humanos (só com outras sereias), sua voz é mortal para eles. 80 anos depois de ser transformada, ela é uma adulta-idosa-adolescente perturbada pelos desastres que já causou e as vidas que sacrificou para a Água, mas é a sereia mais devota que você encontra na história – prefere ficar em casa, detesta roupas curtas, baladas, sempre vai para o mar quando tem vontade, ama a Água como amaria à mãe. Até que, claro, ela conheceu um rapaz, Akinli, que se apaixona pela personalidade e não pelo rosto e corpo perfeitos de sereia, e aí as coisas, com o perdão do trocadilho, vão por água abaixo.
Acho que meu maior problema com esse livro nem foi quão previsível ele é, mas sim a falta total de preocupação da autora com os detalhes que tornaria a coisa mais lógica. Kahlen vive com duas “irmãs” (ou seja, outras meninas transformadas em sereias) mais novas, Elizabeth e Miaka, e tem uma terceira, Aisling, que é mais velha que Kahlen e vive isolada num casebre. Como Kahlen, Aisling não é fã de sair e conviver com humanos num geral, mas Elizabeth e Miaka saem várias noites na semana. Elas são imortais (e não ficam doentes, nem se machucam), não envelhecem, e as pessoas normais em festas tiram fotos, gravam vídeos. Sério que ninguém nunca reparou? Elas também mudam de lugar constantemente, Kahlen fala mais de uma vez que já morou em mais países do que qualquer pessoa comum poderia, simplesmente empacotam as coisas, entram no carro e vão, ou entram no mar e vão. Como? Com que dinheiro? Num momento x, Kahlen comenta sobre “encantarem com sua beleza” para conseguir fechar contrato. Sorry, você pode ser absurdamente linda, é impossível que fechem contratos com você sem pagamento, principalmente se você está negociando coisas grandes como uma casa.
Além disso, a história não empolga. Kahlen só pensa em como é miserável a vida de sereia, como mal pode esperar para o tempo de serviço esgotar e ela ser uma humana novamente, e em tudo que ela não pode ter por ser sereia – um amor de verdade, um casamento e filhos. E é literalmente só isso que ela não pode ter, e é obviamente isso que ela encontra: um amor de verdade. Mas é difícil torcer pelos dois quando eles têm pouquíssimas cenas juntos e o amor é instantâneo – eles se conhecem aleatoriamente, assam um bolo juntos e pronto, não conseguem viver separados. É pouco convincente e muuuito enrolado, metade do livro é Kahlen pensando, ¼ é Kahlen agindo e ¼ é Kahlen chorando.
Eeee a escrita é, novamente, um problema pra mim. Não flui, não descreve, não me puxa pra história. A protagonista é sem graça e os personagens secundários têm pouca evolução – aliás, só a Aisling e o Akinli ganham alguma profundidade e história, Miaka, Elizabeth, Padma, a própria Água são só enfeites na trama.
No geral, não gostei do livro, achei meio perda de tempo porque nem entreter ele conseguiu. Concluo que Kiera Cass não é pra mim, mas, diferente de A Seleção, eu não consigo achar nada de positivo nesse livro, ou recomendá-lo para alguém.
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