quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

2020

2020 foi... Um ano diferente.

Para mim, começou muito bem, com um trabalho que eu semore quis, conhecendo novos lugares, com novas experiências, belas paisagens, ganhando bem e fazendo mil planos. Como muita gente, eu tive que esquecer esses planos e tentar algo on the go, enquanto refazia tudo.

Lá em janeiro, eu embarquei para realizar o sonho diferente que é trabalhar num cruzeiro, que, aliás, foi mais ou menos o que eu esperava, e para juntar dinheiro e fazer a tal sonhada viagem para a Coréia, que já estava bem planejadinha. Tudo correu bem até março, quando o surto virou pandemia e os países começaram a fechar enquanto, por aqui, as pessoas aparentemente começavam a entender a dimensão do problema. Tem quem diga que não sabia e não tinha como prever, mas é só olhar os registros para ver o pesadelo se formando lentamente desde dezembro passado.

No navio, estávamos praticamente entre a cruz e a espada - você fica no seu país, onde o covid-19 está dando as caras e os números começaram a crescer, ou você segue no schedule de aportar na Europa, onde os números já estavam assustadores?

Acabamos desembarcando em Portugal, do navio direto para o ônibus, do ônibus direto para o avião, de Lisboa direto para São Paulo, do aeroporto direto para a quarentena em casa. De março para cá, o ano rendeu pesadelos para os próximos anos: de sonhar que tinha saído sem máscara e fui parar no meio de uma multidão a sonhar que visitava algum parente e depois recebia a notícia de que a pessoa estava internada em estado grave, tive de tudo.

No mundo real, não creio ter tido covid-19, ou ao menos não tive sintomas suspeitos e ninguém aqui de casa que fez testou positivo, mas é difícil dizer até onde isso é boa notícia. É frustrante quando você fica sete meses em quarentena, tem amigos e parentes que precisam sair e trabalhar (seja porque são "trabalhadores essenciais", seja porque são obrigados pelos chefes mesmo), vê todos os cuidados que estão tomando, mas também vê um povo que acha que covid-19 é uma mentira ou "todo mundo vai pegar uma hora ou outra mesmo". É frustrante sair o tempo todo de máscara e evitar aglomerações, e ver gente que põe a máscara para entrar onde só pode entrar de máscara, e tirar logo que pisa na rua.

Acontece todo ano, mas 2020 especialmente levou muita gente, entre conhecidos e desconhecidos. Por aqui, seguiamos até que bem, com um saldo de perdas até que baixo, até dezembro dar o ar da graça. 2020 levou o pai do meu melhor amigo, a mãe de uma amiga, a mãe de outro amigo, o irmão de um conhecido querido, um tio-avô meu, um amigo do meu pai, um amor da minha avó. Dezembro, especificamente, levou uma das minhas estrelinhas, que agora brilha no céu dos gatinhos.

Perder a Athena me levou de volta para março, quando eu cheguei em São Paulo ainda meio desnorteada, porque achava que ficaria no navio até agosto e passaria em São Paulo só para entregar os presentes e trocar a roupa da mala antes de passar dois meses na Coreia do Sul. Parte de mim agradece muito por ter voltado e passado os últimos nove meses de vida dela aqui, com ela. Também sinto que a quarentena me fez valorizar muito mais os momentos (virtuais ou reais) com os amigos, depois que os dois meses no cruzeiro me ensinaram o que é a saudade de verdade.

Setembro me trouxe um emprego novo, que me mostrou que me lembrou que existem ótimos chefes no mercado, equipes podem ser boas e funcionar sem ninguém querer o lugar de ninguém e que, mais do que aprender com cada novo emprego, eu tenho experiência sim para ensinar, eu posso ser mais confiante nisso.

Por fim, o fim do ano em distanciamento social me trouxe um dos melhores natais que tive provavelmente desde que ainda acreditava em Papai Noel, caalmo e tranquilo como eu precisava e não sabia.

Então, com um fôlego que eu não imaginava que ganharia, seguimos para 2021 de uma forma muito melhor do que eu esperava quando as coisas começara a desabar lá em março. De fato, é surpreendente que hoje seja dia 31 de dezembro, porque o ano realmente pareceu ter uns oito anos escondidos entre os 12 meses.

Here's to you and here's to me. Que 2021 seja melhor, mas que as lições que 2020 trouxe não sejam deixadas em 2020 - principalmente aquela em que a gente valoriza mais a vida e as pessoas amadas.

sexta-feira, 18 de setembro de 2020

BlingBling

Soooo... Quando eu comecei a escrever o post sobre minha jornada como shawol, esse post era pra ser o segundo. De fato, aquele post existe como introdução pra esse, porque é setembro amarelo e eu queria falar sobre - aliás, eu espero não estar deprimindo ninguém com esses posts, er. ^^'

Ou com o excesso de posts sobre o SHINee, er

Quando eu via o SHINee, eu achava que o Jonghyun era o líder do grupo. Depois descobri que não, ele não era. xD Onew é o mais velho e o líder, Jonghyun é "só" extrovertido, falante, carismático, geralmente no meio quando o grupo se organizava para fotos e entrevistas. Ele também não era o dançarino principal, apesar de dançar incrivelmente bem, mas dividia o posto de vocalista principal com o Onew, algo justo para a pessoa com a voz mais bonita que já ouvi, com um controle muito bom mesmo quando estava dançando.


(aliás, eu amo a coreografia "espelhada" de Excuse Me Miss do Taemin com o Jonghyun, e sim, eles estão cantando ao vivo)

Kim Jonghyun nasceu em 8 de abril de 1990, e é um dos idols que cresceu numa família pobre. Ele chegou a largar a escola para se dedicar à carreira de músico, mas eventualmente se formou, frequentou a faculdade e fez um mestrado com foco em estudos de música.

Ele debutou sob a SM, no SHINee, dia 25 de maio de 2008, aos 18 anos, depois de três anos de trainee. Já no ano seguinte, ele escreveu a letra (com o Minho) de uma das músicas do grupo, Juliette (que foi single promocional premiado no segundo miniálbum dos meninos), e dá pra dizer que esse foi o começo de uma brilhante carreira de sucesso.

Pelos oito anos seguintes, Jonghyun escreveu, compôs, produziu e participou do processo de criação de dezenas de músicas não só para o SHINee e para a SM, mas para artistas de outras gravadoras também. Ele dizia que a música é como contar histórias, e os cantores devem ser capazes de contar histórias com a qual o público se identifique, através de letra e melodia.


Pelo amor pela música, Jonghyun foi convidado para ser apresentador do programa de rádio Blue Night, da MBC, cujo objetivo, segundo ele, era criar um espaço one ele e as pessoas pudessem descansar, independente de onde estivessem fisicamente. Durante os três anos de programa (ele precisou sair em abril de 2017, porque os compromissos do SHINee deixaram a rotina muito apertada para ele seguir equilibrando os dois trabalhos), as pessoas tiveram a oportunidade - e, honestamente, ainda tem, os programas estão todos na internet para serem ouvidos - de conhecer a pessoa por trás da imagem de idol.

Jonghyun contava anedotas do próprio cotidiano, lia histórias dos ouvintes, comentava, aconselhava, compartilhava músicas compostas a partir dessas histórias, e entrevistava convidados. Turns out que ele era um ótimo entrevistador, não se prendendo às perguntas clichês, tentando deixar a pessoa à vontade e incentivando que ela promovesse o próprio trabalho sem pesar muito a mão.

Ele também nunca fugiu de falar sobre a depressão - e usou a experiência dele para aconselhar pessoas não só que estão passando pela mesma situação, mas para quem convive com depressivos -, contando como ele sempre foi muito afetado pelo clima, ficando mais depressivo durante outono e inverno, e falar "se anima" não é algo que ajuda, embora as pessoas tenham a tendência de achar que é a melhor coisa a fazer. Além do Blue Night, ele também participou algumas vezes do programa Hello, Counselour, e foi um dos melhores convidados, participativo e compreensivo como poucos.
Uma das histórias que ele contou no Hello, Counselor que marcou foi que a mãe dele, que teve uma escolinha de jardim da infância, tratava ele como bebê mesmo depois dos 20 anos, "meu filhinho amado já comeu hoje? Meu Jonghyun está com fome?". No Blue Night, ele comentou que, ao invés de perguntar se estava tudo bem quando ele ficava mais sensível durante o outono/inverno, ela cozinhava todas as comidas preferidas dele, e ele achava isso muito mais efetivo do que ouvir a mesma pergunta de sempre. Aliás, é bonito ver como ele sempre falava da mãe dele, a primeira coisa que ele falou quando pegou o microfone, depois de ganhar o primeiro prêmio de Artista do Ano com o SHINee, foi "mãe, eu te amo". Ele também era um amor com a irmã mais velha, de quem ele falava de um jeito tão protetor que por um bom tempo eu achei que era irmã mais nova. xD

Em novembro/2015, ele publicou o livro Skeleton Flower: Things That Have Been Released and Set Free, onde contou a história por trás de doze músicas escritas por ele, e além da escrita incrível, o livro dá outro relance do que se passava na cabeça do Jonghyun, a emoção presente na natureza sensível dele - inclusive com frases bem pesadas, como "nunca, nem em seus sonhos, ele pensou que enfrentaria tamanha tristeza". Nas palavras dele, o objetivo do livro era contar as histórias das músicas que ele escreveu usando outra cor, mas dá ao leitor a chance de aprender mais sobre o artista, e transmite bem o amor dele pela música.


Entre todos esses trabalhos, Jonghyun ainda lançou quatro albuns solos - sendo que o último foi lançado póstumo -, yet again outra forma de conhecer o artista, com músicas que vão do pop animainho ao soul, passando por uma variedade de gêneros. No geral, um trabalho muito elogiado que vale a pena conferir - principalmente porque, pra mim, a voz do Jonghyun segue sendo uma das mais bonitas ever -, por aqui recomendo End of the Day, She Is e Shinin', além de Before Our Spring, aí em cima. ;)

Jonghyun, como muitos idols conseguem fazer e nenhum fã consegue entender, tinha uma dualidade difícil de acompanhar. O carinha fofo e meio palhaço, que ria e brincava, virava o carinha sexy e/ou sério quando a música começava. Isso rendeu, pra gente, ótimos vídeos, meu preferido sendo esse curtinho dele falando "Blingbling is Jonghyun". xD Mas ele também participou do SNL Korea, do Knowing Brothers/Ask Anything (aliás, we stan como todos falando que Irene é a mais bonita entre os girl groups, e Jonghyun "ela tem uma ótima voz também"), com e sem os meninos do SHINee. Para o outro lado da dualidade, duas palavras: Internet War. You're welcome.

Dia 18 de dezembro de 2017, Jonghyun foi encontrado inconsciente num apartamento alugado, levado ao hospital, mas não resistiu. Alguns amigos e familiares receberam mensagens dele naquele dia de inverno falando que ele estava cansado e quebrado, para por favor o deixarem ir e dizerem que ele fez um bom trabalho. Todo esse post, até aqui, foi para mostrar que Jonghyun não se resume a um depressivo suicída. Ele foi, e ainda é, muito mais do que isso, e eu queria deixar isso bem claro. Foram 28 anos de trabalho brilhante e um legado que marcou - ele foi um dos primeiros idols a se envolverem com a criação da músicas que apresentavam, fez parte do já lendário SHINee, e brilhou por conta própria também. Durante 28 anos, ele lutou com os próprio demônios e, para nossa sorte, ganhou, até chegar ao limite, então nada mais justo do que celebrar a vida ao invés de focar na morte.

Setembro amarelo é sobre conscientizar e combater suicídio e incentivar uma vida mentalmente saudável, mas é preciso lembrar que ninguém se resume à própria doença, e Jonghyun é um grande exemplo disso. Ele era sensível, chorava fácil com tudo, mas usava essa sensibilidade nas artes de uma forma brilhante, e tinha bons momentos, paixões e muito, muito talento bem utilizado.

Eu sou muito grata aos meninos do SHINee por fazerem os shows no Japão dois meses depois da morte do Jonghyun - foi um tributo misturado com despedida, a última vez ouvindo a voz dele nos shows -, por fazerem o Story of Light e dedicarem o terceiro comeback a ele (Our Page, que você pode ver no vídeo abaixo), e por terem incluído a voz dele numa última música, upbeat (Lock You Down). É como se eu tivesse a chance de me despedir do bias que eu não pude conhecer antes.

Ah! Também em homenagem a ele, foi criada a Shiny Foundation, organização cujo objetivo é apoiar jovens artistas. Aliás, a SM lançou uma versão de End of the Day tocada pela orquestra filarmônica de Seoul, e os ganhos com visualizações do vídeo vão para a Shiny Foundation, então, se tiver 4min52 livres, clica aqui, assista e contribua. ^^

quinta-feira, 17 de setembro de 2020

Shawol: II

Depois de falar sobre como eu conheci o SHINee e o que é o SHINee, hora de falar de duas coisas que mais me atraíram no grupo de cara. \o/

Coreografias! Eu não sou especialista nem em dança, nem em música, bear with me, sou só entusiasta. xD Pra facilitar a vida, vamos de uma em uma (calma, são só cinco e uma menção honrosa xD).

Evil

Eu resolvi colocar essa primeiro porque esse vídeo representa bem o que eu mais gosto do grupo, é de uma apresentação ao vivo num show em 2015, e talvez seja a versão mais épica dessa música. Todos os membros começam vendados, e continuam por toda a primeira estrofe, ponte e refrão, dançando sem perder uma batida e o centro do palco - talvez as vendas sejam de tecido fininho, que dá pra ver? Talvez, mas com a quantidade de horas que idols se dedicam ensaiando, eu não duvido que eles realmente conseguem acertar todos os movimentos de olhos fechados.

Além do efeito da venda, a coreografia de Evil é incrível, a letra fala sobre um pesadelo que te acorda e não te deixa voltar a dormir, como uma presença que te sufoca e te tortura, e a dança reflete isso tudo, começando com eles deitados (e, nesse caso, vendados). Nesse vídeo, a combinação toda tá impecável, roupas, venda, jogo de luz, espaço no palco...

Outro ponto alto do vídeo é que eles cantam ao vivo, real, dá para ouvir. Os vocais são bem estáveis para a quantidade de movimentos, e essa é uma característica bem forte dos cinco membros do SHINee. Pessoalmente, meu trecho preferido é Jonghyun cantando com cada batida antes do refrão, coisa mais linda de ouvir. :D

Sherlock (Clue + Note)

Sherlock tem uma introdução bem "marca registrada", esse "SHINee is back" do Minho. xD Aliás, uma curiosidade é que sim, ele faz essa parte ao vivo nos shows, sussurrando mesmo (e dá pra perceber justamente por isso). Actually, obviamente, toda a música é cantada ao vivo, mas é uma das músicas com coreografia pesada que eu acho que melhor dá pra ouvir as vozes, não tem muito eco, distorção, backing vocal, é bem raw, o que você ouve no CD é o que ouve ao vivo.

Eu adoro esse dance pratice, principalmente porque tem um papel higiênico marcando o centro. xD Mas, anyway, essa coreografia é INCRÍVEL (querido leitor/a, tome um shot cada vez que ler "incrível", sorry in advance xD), eu amo todas as vezes que um deles está na frente e os outros "congelam" fazendo parte do gesto de quem está na frente. A dança é cheia de detalhezinhos que, para funcionar, exigem uma sincronia completa - uma pessoa no tempo errado e fica equisito.

O MV de Sherlock também é interessante, porque o título é obviamente sobre Sherlock Holmes, detetive, e o conceito foi hipster, sem elementos que liguem ao mr. Holmes. Taemin estava com cabelo comprido, Onew com um colar meio tribal, Key com bermuda azul com estrelas brancas, e mesmo assim tudo parece combinar muito bem, nada fora do lugar e ningu;em mais destacado que o outro. É algo inesperado e meio arriscado, mas que SHINee conseguiu fazer funcionar sem ficar cafona - e, sinceramente, só SHINee para conseguir isso. xD

Sabe o mais impressionante? Eles dançaram Sherlock com 2x a velocidade normal e não erraram nada.

Everyobdy

Ah, Everybody. Talvez a minha coreografia preferida, talvez uma das músicas que eu posso ouvir sempre e provavelmente não vou enjoar, que me deixa de bom humor. Mas, toda vez que penso se essa é minha preferida, outras cinco surgem na minha cabeça. xD Definitvamente tem meu fanchant preferido, tho, não sei explicar, mas amo o final, "Lee Jinki, Kim Jonghyun, Kim Kibum, Choi Minho, Lee Taemin, SHI-Nee! Every-body!".

Anyway, Everybody e Sherlock são dois marcos na carreira do SHINee, foram eras em que eles ganharam muitos prêmios - Everybody foi premiada pela coreografia, inclusive - e muitos fãs, talvez a época em que eles se estabeleceram como príncipes do kpop e sempre imprevisíveis, surpreendentes. E isso não sou só eu falando, tá? Os próprios membros já apontaram essa época como "decisiva" para o SHINee que a gente conhece hoje. Essa música é, eu acho (foco no acho, ok?), uma das primeiras no kpop, ou a primeira, a ter dubstep, o teclado com sintetizador e batidas eletrônicas em padrão, e até a crítica elogiou a aventura de EDM e pop, e conseguir um resultado tão equilibrado.

Eu amo esse dance pratice, a coreografia é tão frenética e cheia de detalhes que só com a câmera parada você consegue acompanhar. A letra de Everybody meio que fala sobre deixar a criança dentro de você tomar conta, e eu adoro os versos/gestos e do Taemin antes do refrão, "I'm like the pipper boy and you're like the dreaming (Key)/ free (Taemin) child", além dos movimentos de "máquina" que eles fazem no meio da música - que eu não sei explicar, claramente, mas onde entra a hélice do Onew. xD E os agudos do Jonghyun e do Key.

Ah sim, o MV é muito válido, as roupas, os sets, a maquiagem, sério, tudo perfeito, assita. E, tal qual sherlock, eles dançaram Everybody com 2x a velocidade original e, apesar do Key ter fugido no final, eles não erraram quase nada, só Onew deu uma escorregada no começo. xD Esse vídeo é de 2018, então repare que o Minho faz a parte em que ele "dá corda" no Jonghyun na direção do céu.

Lucifer

Eu confesso que eu ia colocar Ring Ding Dong e deixar Lucifer de fora, mas a amante de memes que habita em mim não resistiu em colocar esse dance pratice, onde a camiseta listrada do Taemin resolveu que queria ser uma tela verde e fazer os efeitos do vídeo. Desculpa, mundo. xD

A letra da música, como você deve perceber, fala sobre tentação, caso não tenha dado para entender, a frase em inglês que o Jonghyun fala no começo é "her whisper is the Lucifer", e o resto da música fala sobre não conseguir se esconder ou libertar de uma pessoa. Eu não sei até onde a coreografia reflete isso, mas em algumas partes eles parecem bonecas marionete, então... E o que eu mais gosto é que ela parece fácil a primeira vez que você vê, á a impressão de que dá para levantar e acompanhar depois de assistir duas ou três vezes e até tem alguns movimentos simples, mas conseguir que fiquem sincronizados, com o grupo todo começando e terminando no mesmo momento e pose, é a parte difícil. E, damn, eles estão sincronizados toda vez que dançam Lucifer.

O MV também é interessante, é bem "segunda geração do kpop", com figurino, movimentos e efeitos bem da época. xD As roupas e os penteados estão melhor, tho, como esprado do MV. xD

Good Evening

Entre todas as músicas até aqui, Good Evening é a mais recente e uma das que tem um lugar especial no meu coração, e imagino que no de vários shawols. Foi a primeira música que o SHINee lançou depois da morte do Jonghyun, o primeiro comeback com um membro ausente (porque eles próprios falam que SHINee = 5, independente do que aconteceu, mas, obviamente, só quatro cantam e dançam).

Segundo os membros, a primeira parte de Story of Light (e, por consequência, Good Evening) representa como as pessoas veem os meninos do SHINee. A letra, fica a seu critério sobre o que é - pode ser sobre o Jonghyun na mesma medida que pode não ser, mas saiba que só os raps foram escritos por Minho e Key. No geral, eu gosto bastante dessa música, o ritmo é tranquilo, ela é gostosa de ouvir.

O MV oficial está lindo, cores, roupas, tudo, mas acho que cortaram uma das partes mais legais da coreografia. ^^' A parte que eles estão sentados na cadeira lado a lado e se movendo em conjunto, é simplesmente linda, mas não entrou inteira pro MV. Tem uma teoria que a raposa que aparece aqui e em I Want You é uma representação do Jonghyun, olhando os meninos da longe.

Sobre a coreografia, eu fiquei encantada quando vi, não só porque ela é bem solta, mas porque ela é mais voltada para o centro que para a frente - para o público. A coreógrafa disse que queria que eles dançassem olhando um pro outro e cantando um pro outro, e o resultado ficou muito bom! Combina com o ritmo e a situação.

Ring Ding Dong

Uma menção honrosa, eu sinto que esse vídeo precisava aparecer, e Ring Ding Dong precisava ser citado. A coreografia não é absolutamente espetacular, a letra não faz muito sentido, tem uns autotune meio doido no meio, mas é inegável quão épico foi na carreira do SHINee. xD É meio meme, não é a preferida dos meninos, mas é uma música que todo mundo conhece, e uma coreografia que foi imitada e repetida mais vezes do que eu consideraria ok. xD

Inclusive, ela seguiu os meninos no exécito, e, como dá pra ver a partir dos 40 segundos do vídeo, everyone's gangster until Ring Ding Dong starts, pelo menos 1/3 do auditório levantou pra tentar dançar o refrão. xD

E eu gosto desse vídeo porque esse medley de Ring Ding Dong e Lucifer tá incrível, tem um dance break inesperado. xD E é isso! /o/ Obviamente, tem bem mais coreografis que isso, são doze anos, diversos comebacks, essa é uma pequena lista de algumas das minhas preferidas.

quarta-feira, 16 de setembro de 2020

Shawol: I

Esse post é meio que uma continuação do anterior, então eu recomendo que você leia aquele antes. ;)

Depois de falar como eu cheguei no SHINee, tá na hora de falar sobre o SHINee! E se prepara porque links não faltam. xD


O nome do grupo, SHINee, vem de shine, brilho, no sentido de "luz", com o sufixo ee, formando "aquele que recebe luz". É um grupo de cinco integrantes, Onew (Lee Jinki), Jonghyun (Kim Jonghyun), Key (Kim Kibum), Minho (Choi Minho) e Taemin (Lee Taemin), que debutou dia 25 de maio de 2008, ou seja, segunda geração do kpop.

Algo a dizer sobre a música de debut deles, Replay, é que é um pouco diferente da primeira música de vários outros grupos que eu conheço - é tranquilinha, não tem uma coreografia louca e cheia e detalhes, mas é uma delícia de ouvir. Eu adoro que ela aparece em praticamente todos os shows deles, tipo "orgulho do próprio passado". We stan.

Por ela também dá para ver a evolução dos meninos. Clicando aqui você pode ver o MV original e ver como as vozes mudaram dali pro vídeo ali em cima, de uma apresentação em 2015. Um fun fact aleatório é que não dá pra ouvir a voz do Taemin no original, porque ele realmente não cantou.

O fandom do SHINee chama SHINee World, mas acho que é bem mais conhecido como shawols, pelo menos entre fãs de kpop, e o nome veio do primeiro álbum do grupo, SHINee World. O mais engraçado é que esse também é o nome de uma música deles, que tem um rap épico (sério, assiste, é curtinho xD). Além disso, todas as tours ganharam o nome SHINee World e a numeração (I, II, III, IV), o que em partes parece falta de criatividade, em parte é FOFO. xD


Ah sim, e a cor oficial do SHINee é aqua pearl, aka verde-água, e o lightstick era lançado uma versão para cada show japonês, até o lançamento de Story of Light, em 2018, quando não só rolou o lightsitck oficial como ele ganhou nome sugerido e "votado" pelos fãs (que estavam na platéia de uma live no COEX xD), Shaating Star, como shooting star, estrela cadente, mas com o "sha" do "shawol".

Como eu disse, eles são um grupo da segunda geração do kpop, e esse é um detalhe mega importante. A primeira geração tinha MUITAS restrições, e os grupos da segunda que começaram a realmente moldar o kpop como a gente conhece hoje. G-Dragon, líder do BIGBANG, é creditado, por exemplo, pelos cabelos coloridos, que já foi e meio que ainda é marca do kpop - pelo menos um membro vai ter cabelo de alguma cor que não seja preto/castanho, coisa que era proibída na primeira geração.

SHINee foi o primeiro grupo a postar dance pratices, postando logo do primeiro MV, Replay (aliás, clica aqui pra assistir porque é incrível, tem Taemin ligando a câmera e tudo), coisa que hoje é mais do que esperada que tenha - no mínimo tem dance pratice da música principal, mas é comum ter da secundária, se tiver coreografia. Entre os conceitos de roupas, eles ficaram conhecidos por usarem calça skinny. Aliás, fashion-wise, é incrível ver como eles conseguem usar as combinações mais estranhas e coloridas, e fazer tudo parecer harmonioso como nunca ficaria em qualquer outra pessoa.


Eles também foram os primeiros artistas asiáticos a se apresentarem no Abbey Road Records e primeiros artistas coreanos a terem um show independente em Londres.

Ao longo desses 12 anos de carreira, SHINee ganhou muitos prêmios e a reação deles ao ganhar o primeiro lugar num programa de música é puro amor, os hyungs caíram no chorou e sobrou pro Taemin de 16 anos fazer o discurso de agradecimento. xD

Outro prêmio importante foi o primeiro Artist of the Year deles em 2013, quase seis anos depois do debut.

Agora a parte que realmente importa nesse rolê todo: as músicas. Como eu disse no último post, eu só precisei assistir a gravação de um show do SHINee para me apaixonar pelo grupo. Eles têm uma discografia impecável tanto coreana quanto japonesa, acompanhada de coreografias que não são só surpreendentes de várias formas - e calma, vai ter um post só sobre elas -, mas que eles fazem em todo show, ao vivo, enquanto cantam. Eles são conhecidos, inclusive, pela estabilidade e potência vocal quando cantam e dançam ao vivo (se quiser entender melhor o que isso quer dizer, te convido a assistir esse vídeo, de um medley no meio de um show no Japão em 2017, sem coreografia, mas sóvoz e violão).


As letras das músicas variam de profundas, bonitas, até... ??? xD Ring Ding Dong não faz muito sentido, mas A-yo é sobre tirar um tempinho para descansar e se desligar dos problemas para enfrentar o dia de amanhã, Selene 6.23 é em homenagem ao fandom, especificamente os fãs estrangeiros, que estão longe, Colorful tem a letra mais linda de todas ("I think you're magical, I think you're wonderful (...) You make my life colorful"). E os shows são enoooormes, com medleys pelo caminho, maior quantidade de músicas possíveis dentro das 2h30~3h30 de show.

E eu acho que é isso para esse post. xD SHINee tem uma parte muito importante na história do kpop, e mereciamente são chamados "príncipes do kpop", um grupo sem medo de experimentar conceitos e estilos, extremamente versátil, em resumo, lendário. Lendas vivas indeed.

Ah sim, e os videos no post são de algumas das minhas músicas preferidas deles. Algo muito difícil é ter um top 5 de músicas preferidas do SHINee. xD

terça-feira, 15 de setembro de 2020

Shawol, uma introdução

Para esse post, preciso contextualizar dois momentos, o presente, e oito anos atrás, 2012, quando eu conheci o kpop.

Primeiro, o passado: na época que eu entrei na faculdade, comecei a acompanhar canais de Youtube de beauty gurus estrangeiras. Quase certeza que já falei por aqui como a Michelle Phan foi uma das minhas beauty gurus preferidas, principalmente por não se limitar a "beauty guru" e ser realmente apaixonada por maquiagem. Um dos vídeos dela, How to Look Like a Kpop Star, lançado em outubro de 2012, foi meu primeiro contato real com kpop, especificamente com The Boys e Taxi do Girls Generation e Catch Me do TVXQ.

Em pouco tempo, eu descobri que gostava da idéia de conceitos, das roupas, da maquiagem, dos cabelos e até da melodia e das coreografias do kpop, mas a letra... Não. xD E definitivamente não gostava o suficiente para passar por cima das letras ruins. Tudo isso julgando, claro, só as três músicas que eu conhecia. Ainda era 2013 quando eu concluí que kpop não era pra mim, até 2016 e BTS, como eu contei aqui.


Agora, o presente. Desde que voltei para casa, no final de março, estou em casa, isolada na medida do possível - ou tão isolada quanto alguém que mora com três pessoas, duas que precisam sair, consegue estar. Já passei pela fase de testar receita, de fazer algo no cabelo, de tentar aprender um idioma, de limpar e reorganizar coisas, de tentar um hobby novo, e acho que até da de surtar.

Uma madrugada em claro em maio, Youtube me indicou um vídeo que era, apenas, o show completo do SHINee em 2018, no Japão. O que eu sabia sobre SHINee: eles tinham uma música beeem conhecida chamada Ring Ding Dong, eram da segunda geração do kpop, cinco guris que pareciam não ter medo de experimentar nada, vieram para o Music Bank no Brasil em 2014 e tinham passado pela maior tragédia possível: perder um membro. E três outros membros estavam no serviço militar. Ou seja, não sabia muito, para começar.


O vídeo do show tem duas horas e meia, naquela madrugada, eu assisti duas vezes, back to back, chorando como criança no final. O único pensamento foi "por que eu não conheci SHINee em 2012? Mais ainda, por que não conheci SHINee em 2008, quando debutaram?". De maio para cá, foi um mergulho em toda a história do SHINee, e a sensação mais estranha que eu já tive que lidar, de estar feliz por encontrar um grupo que eu gostei tanto, mas de tristeza por ter encontrado agora, quando estão num hiatus para cumprir o serviço militar e um dos membros, com a voz mais linda que eu já ouvi, ausente há quase três anos.

Eu não tenho qualquer dúvida de que, se tivesse encontrado SHINee lá em 2012, nunca teria me afastado do kpop, e seria uma shawol hardcore. xD O interessante, também, é ter literalmente 12 anos de conteúdo para ver e conhecer, e uma história incrível que eu não tenho certeza se posso dizer que estou acompanhando. É estranho não saber se eu posso me chamar de shawol, porque não passei por praticamente nada que esse fandom passou, mas é fascinante como conhecer o SHINee abriu horizontes na questão kpop pra mim. Passei a conhecer a história de vários outros grupos e ver como eles são parecidos e diferentes. Conheci outros grupos da segunda geração e me interessei mais pela história do kpop num geral.

Eu sinceramente não sei o que fazer com esse conhecimento, mas a curiosa sem limites que habita em mim ficou muito feliz com toda a pesquisa.

Esse post foi mais uma introdução para os próximos dois. xD Pareceu estranho postar eles sem postar esse, e ele ficou longo demais para sair pela tangente falando sobre a história do SHINee e do Jonghyun sem uma introdução antes.

segunda-feira, 14 de setembro de 2020

Uma outra lição de vida

Eu falei sobre a história da Claire Wineland no último post, e uma pessoa sobre a qual eu estava querendo escrever também é Chadwick Boseman.

Você, leitor/a, provavelmente sabe que ele faleceu depois de quatro anos lutando contra o câncer. Mas, enquanto passava por cirurgias e quimioterapia, entregou trabalhos brilhantes no cinema. Não que ele só tenha começado a trabalhar quando descobriu a doença, ao contrário, já contabilizava ótimas atuações em diversos filmes, incluindo alguns personagens históricos nos Estados Unidos - o primeiro afro-americano a jogar na Major League Baseball, James Brown no filme biográfico.

Mas quatro anos atrás ele fez um dos meus filmes preferidos entre os trocentos da Marvel, e especificamente um dos personagens mais interessantes - Pantera Negra. Eu consigo entender a importância do personagem, e porque as pessoas talvez se emocionem com a atuação, porque chorei assistindo Mulher Maravilha só por ver uma heroína forte e indepente num filme de herói - de heroína. E, mais do que ser o black token da Marvel, Pantera Negra é realmente um personagem incrível, em partes pela atuação do Chadwick. Desde o primeiro momento, ele passou perfeitamente o ar de realeza e sabedoria do T'Challa, ao mesmo tempo em que deixou o personagem... Humano.



O fato de que ele estava fazendo tratamento contra um câncer já no estágio 3 enquanto gravava é incrível. Um outro ótimo exemplo de pessoa doente que resolveu fazer o máximo do tempo que tinha, sem sbaer quanto tempo era. Além de Pantera Negra, ele entregou outros filmes nesse período, também interessantes, e deixou um legado incrível - para quem luta contra o câncer, para quem perdeu alguém para o câncer, para negros em geral, crianças, jovens e adultos, para atores, aspirantes ou não.

Aliás, isso não é só pelo personagem Pantera Negra, o primeiro afro-americano na MLB, o primeiro ministro afro-americano da suprema corte nos EUA, são figras importantes também, para a história e para a vida de crianças que acham que não tem lugar em cargos altos, ou em ligas profissionais. A pessoa em si, como você pode ver pelo víddeo acima, de pessoas que trabalharam com ele na Marvel falando sobre a pessoa por trás do personagem, e o próprio Chadwick falando sobre a visão do trabalho dele e a importância. É bom saber que ele teve chance de ver o impacto que teve na vida das pessoas.

E o cara era tão bom que ninguém suspeitou que ele estivesse doente, mesmo que você volte e reveja os filmes pela milésima vez. Reza a lenda que nem a própria Marvel sabia - e, honestamente, quem adivinharia, vendo ele em Pantera Negra?

Chadwick deixa saudade, uma bela filmografia (com alguns filmes ???, mas quem nunca?), uma linda e inspiradora história e ótimas lições de vida. E, espero e torço, um exemplo para que ninguém diga que é impossível ou não vale a pena tentar/fazer. é aquele negócio - você só tem uma vida, e só você pode decidir o que fazer entre o nascimento e a morte.

Rest in peace and power, king.

sábado, 12 de setembro de 2020

Setembro com outra cor

Setembro, além de amarelo, é roxo. Ou seja, além da prevenção de suicídio e cuidado com saúde mental, 2020 também tem a campanha sobre a fibrose cística. Dia 8 de setembro foi Dia Mundial da Fibrose Cística, e eu não posso dizer que entendo a doença - eu não tenho, não conheço quem tenha, não sou médica, não necessariamente estudei para isso at all -, mas algo que aconteceu nessa pandemia me deu vontade de escrever esse post.

Num resumo bem aleatório, eu troquei de celular e, com o novo, ganhei (?) quatro meses de Youtube Premium, que inclui o Originals. Sendo bem sincera, Youtube Originals nunca me interessou, eu sei que o Burn The Stage está lá e tem uma série curtinha do BIGBANG também, mas era meio que isso. Um dia, porém, um vídeo apareceu entre os indicados e, depois descobri, era um mini documentário publicado no Originals.

Claire Wineland era uma força da natureza. Dos 13 aos 21 anos, ela manteve um canal no Youtube postando vídeos explicando o que é ter fibrose cística, como é conviver com a idéia de que o tempo corre mais rápido para ela do que para muitas outras pessoas e, desde o nascimento, ter um "prazo de validade" que nunca tinha como saber se seria mesmo o final - até os seis anos, até os dez, até os 15, até os 18, até os 23.

Os vídeos, além de falar sobre a vida dela como alguém doente, são um belo tapa na cara de pessoas como eu, fisicamente saudáveis que inventam desculpa em cima de desculpa para a maneira como minha vida é agora. Para não melhorar, não correr atrás de nada, não me mexer. Ela conta como, desde pequena, ela não sabia qual exatamente era o objetivo da vida dela, porque crianças doentes só aparecem em propagandas de ONGs e "por favor, doe dinheiro", e ela não queria sobreviver só por sobreviver - porque, no caso dela, sobreviver não era fácil, era uma sequência de cirurgias "de rotina", semanas passadas no hospital e diversas limitações.

A Claire de onze anos ganhou um livro do Stephen Hawking, e ficou encantada ao descobrir que ele tinha uma doença tão frustrante e devastadora quanto a dela, e mesmo assim se tornou um dos mais respeitados físicos que o mundo moderno viu. Aos 13, ela foi para uma cirurgia de rotina e teve falência dos pulmões, e contrariando todas as probabilidades, sobreviveu. Ao acordar do coma, uma das primeiras coisas que ela fez foi criar a Claire's Place Foundation, porque uma coisa que ela percebeu foi que pessoas com fibrose cística não conseguem muita qualidade de vida também porque o dinheiro arrecadado é direcionado para pesquisas para uma cura, e não para a qualidade de vida de quem está aqui, no presente. A idéia inicial era bem simples, dar a outras crianças a oportunidade de viajar e passear como ela conseguia - dar apoio para pais cujos filhos têm fibrose cística.

Aos 19 anos, ela era fonte de inspiração não só por todo o trabalho, mas pela imagem mesmo. Como ela própria falou em TED Talks e no documentário, a Claire de 20 anos virou justamente a heroína que a pequena Claire de cinco anos precisava para se inspirar. Alguém que estava vivendo uma vida da qual ela tinha orgulho, fazendo valer o tempo que tinha de vida, independente de quanto tempo isso fosse no final. Alguém que não se limitava a ser uma pessoa doente, e que conseguiu dar algo de volta para as pessoas, estabelecer um legado que deixa o mundo melhor, mesmo que ela não possa aproveitar.

Aos 21 anos, o pulmão dela chegou no point of no return e ela precisou de um transplante. A cirurgia correu bem, mas ela teve um infarto e não resistiu. Nunca voltou da anestesia da cirurgia. A família mantém a fundação, e os canais no Youtube seguem online, tanto o com vídeos que ela postou quanto o que a família cuida, postando vídeos antigos e o próprio documentário.

Ao mesmo tempo em que a história dela é um tanto triste e muito injusta, é linda e inspiradora. Entre os videos da Claire, vários falam sobre o relacionamento dela com a morte, e como ela lidava com essa consciência de que a morte dela provavelmente chegaria muito antes - inclusive vídeos com a família dela, perguntando como eles conviviam com a doença e a gravidade.

Claire é uma daquelas pessoas raras cuja vida e legado são muito maiores que o pouco tempo que estiverem por aqui. Para mim, deu uma perspectiva totalmente diferente não só da doença que eu não conhecia, mas de como reagir e tratar pessoas doentes, principalmente crianças. E como me tratar também - damn, eu tenho 30 anos e não tenho tanta coisa da qual me orgulharia, além de uma lista de arrependimentos que eu deixaria para trás.

Se você estiver com algum tempo livre, eu absolutamente recomendo que você assista a palestra dela, e, se tiver como assistir Originals, veja o documentário aqui, dos últimos 18 meses de vida dela, que tem legenda em português, aliás.



Aqui no Brasil, estamos no setembro roxo, esse ano com o tema "A gente te entende" - distanciamento social, alcool em gel, máscara? Fibrose cística exige esses cuidados diariamente, com ou sem covid-19. Você pode ver mais sobre o setembro roxo aqui no Unidos Pela Vida, que tem informações sobre a doença, história de pessoas que convivem com a doença, notícias, conquistas e área para doar.

quinta-feira, 10 de setembro de 2020

10 de setembro

Olá, você! Faz umas vidas que esse blog não ganha atualização, e o principal motivo é que rolou uma recaída nos ânimos em 2020 - pandemia, quem pode evitar?

Setembro chegou tão rápido, ao mesmo tempo em que o ano parece ter durado 20 meses até agora, e com ele o dia mundial de prevenção ao suicídio - hoje, dia 10 de setembro, especificamente. Eu sabia que queria escrever algo, mas, again, recaída, parece que eu não consigo escrever nada que eu realmente goste.

Uns dias atrás estava falando sobre musicais com uma amiga e mostrei Dear Evan Hensen para ela, e pareceu ótimo para o momento. O musical conta a história do Evan, um adolescente com ansiedade generalizada, tímido pra caramba, sobrevivente de suicídio. Fitting.

Então, ao invés de quebrar a cabeça tentando colocar em palavras os sentimentos de alguém quedias atrás, teve um amigo a quem recorrer, eu vou deixar você, leitor/a, com a lindíssima You Will Be Found.



"Even when the dark comes crashing through
When you need a friend to carry you
And when you're broken on the ground
You will be found"

terça-feira, 26 de maio de 2020

BTS - Speark Youself in Brazil (day 2)

Ir no segundo show do BTS não estava nos meus planos iniciais. Depois de conseguir soundcheck para o primeiro dia, eu nem tentei comprar para o segundo justamente porque muita gente não teve a mesma sorte e o segundo show era o "tudo ou nada" deles - e eu não queria atrapalhar, pesar o site e tal.

Quando acordei no domingo, porém, eu só queria ir no segundo show. Como eu falei ontem, o show do BTS foi como entrar num sonho, um lugar onde eu e todo mundo em volta podíamos deixar o que quer que estivesse acontecendo na vida do lado de fora da área do estádio e focar, por algumas horas, em algo que gostávamos muito - música, kpop, BTS, RM, Jin, Suga, J-Hope, Jimin, V, Jungkook.

Eu acordei tarde dia 26 - era umas onze horas da manhã quando levantei -, estava baixando fotos e vídeos enquanto falava com as meninas do grupo do soundcheck do dia 25. quando a gente começou a falar sobre tentar ir no segundo dia, ver se tinha ingresso lá. A Laura foi e eu pedi pra ela me avisar se ainda tivesse, especialmente se fosse inteira (homegirl não tem direito a meia-entrada anymore xD).

Tinha inferior inteira disponível e, antes das 13h eu estava de volta no estádio, com ingresso em mãos e procurando a Laura na fila. Ela estava perto do hospital Albert Einstein, e foi engraçado que as pessoas perto também tinham ido de soundcheck no dia anterior. xD Inclusive, a menina na frente dela estava na grade perto de onde eu estava no dia 25.


Agora, eu acho que precisa de um mega parênteses aqui pra explicar o que rolou depois: no sábado, eu levei várias coisinhas fáceis de comer na fila, mas acabei comendo duas barrinhas de cereal e uma de coco com alfarroba, só. Tomei café-da-manhã umas 4h da manhã, bebi bastante água durante o dia, mas não comprei nada mais consistente no estádio. Chegando em casa, comi milho cozido e apaguei até o dia seguinte. No domingo, tomei um yakult de manhã e saí com o que ainda tinha na bolsa, comprei um refresher no Starbucks depois de comprar o ingresso, e estava existindo na base da adrenalina e da ansiedade.

Então, quando tudo ficou cinza quando eu levantei porque a fila andou... Meio que teve motivo, er. ^^' Eu sentei de novo, meio com medo de desmaiar LOGO QUANDO A FILA COMEÇOU A ANDAR, e o pessoal em volta foi muito legal comigo, em meio segundo tinha Pringles e água na minha mão, e gente oferecendo mais garrafas de água. Depois de respirar fundo, eu levantei devagar e a fila começou a andar. Eu estava me sentindo meio aérea, como se não estivesse realmente ali. Aproveitei uma das paradas da fila pra comprar algo pra comer e beber, saí com um saco de batatas assadas - meio batata frita, mas numa versão saudável -, cookies de chocolate veganos e uma lata de chá branco. Uma combinação bizarra que não ajudou muito, devo comentar.

A fila continuou andando, a menina que estava na grade dia 25 foi me puxando, falando "vem atrás de mim". Ela foi comigo até um lugar ótimo da arquibancada inferior, e eu sentei e fiquei tentando encontrar a Laura. Depois ela me contou que colocaram ela na entrada da pista comum e ela teve que brigar com os seguranças pra ir pra arquibancada inferior, mesmo com o ingresso na mão.


Diferente do dia anterior, em duas e com os lugares reservados, a gente conseguiu sair antes do show começar, enquanto os MVs estavam passando, e eu aproveitei pra correr no posto médico porque ainda tava sentindo que ia desmaiar ou vomitar a qualquer momento. O antedimento lá, aliás, foi ótimo, a enfermeira me deu um copo de água, falou "respira, você saiu da muvuca, tá tudo bem", mediu pressão, glicemia, e falou que eu provavelmente só estava ansiosa, porque estava tudo bem. Falou para respirar que ia passar.

Aproveitando, aliás, obrigada, Laura, por cuidar de mim. ♥

Quando o show começou, meu plano era filmar a maior parte das músicas. Um dos motivos da gente ter ido na cadeira inferior era pra poder sentar de vez em quando, outro foi pra poder ver o show inteiro, porque, da área do soundcheck, era difícil pra impossível ver o palco principal, e a gente tava bem nas costas do secundário. Além disso, era difícil ver os dois telões quando um tava do outro lado e o outro enorme na sua cara. Na cadeira inferior, dava pra ver tudo, até os fogos de artifício que a gente nem sabia que existiram no dia anterior.


Primeira música, Dionysus, eu estava de pé, cantando, gritando (com o que sobrava de voz do dia anterior) e balançando a ARMY Bomb. Segunda música, Not Today, eu passei a ARMY Bomb pra Laura porque não aguentava balançar o braço. xD E foi assim o show inteiro, praticamente - uma música comigo, outra com ela, as duas de pé, cantando e dançando. Claramente, meu plano de gravar foi por água abaixo. xD Inclusive, uma das lembranças mais legais desse show foi eu e Laura dançando Boy With Luv e Mic Drop, passo por passo. xD

No geral, o setlist foi igual, mas pareceu outro show porque dessa vez consegui ver a big picture, mas não conseguia ver os rostos dos meninos, por exemplo. No dia 25, eu só chorei na penúltima música, porque sabia que o show estava acabando, mas foi ok. Dia 26, eu simplesmente desabei no meio de The Truth Untold. Comecei a chorar, sentei no meu lugar e fiquei soluçando até o meio de Tear. Quando Mikrokosmos começou, o choro voltou, mas mais controlado, e eu tenho até um clipezinho em que dá pra me ouvir começando a cantar, mas nem isso estava rolando. xD


E foi isso. O final do segundo dia foi mais triste porque era o último show, mas, de novo, valeu cada centavo, cada segundo de espera, e cada vez que eu achei que fosse desmaiar. xD E fica aqui meu agradecimento também ao meu pai, que me deu o empurrãozinho que faltava pra eu ir pro show e que me ajudou a respirar quando eu liguei porque estava passando mal. Turns out, aliás, que foi um ataque de pânico, passou no começo do show.

Agora só espero as datas remarcadas de Map Of The Soul Tour, torcendo para aparecer um showzinho no Brasil e que eu consiga ir com as meninas de novo, de preferência com um passeio pela Liberdade no dia anterior ou seguinte ao show. ♥

And here's to more adventures. ♥

segunda-feira, 25 de maio de 2020

BTS - Speak Yourself in Brazil (day 1)

Hoje faz um ano do show do BTS no Brasil, então parece uma boa data pra esse post. Senta que o post é longo. xD Meu último post aqui foi sobre como entrei no fandom e minha ansiedade antes do início das vendas dos ingressos.

Um tempinho depois, consegui um ingresso para o soundcheck do primeiro dia de show - com a ajuda de amigos e família, thanks, guys, porque eu estava trabalhando na hora xD - e começou a ansiedade pré-show.

Durante esse período, guardei dinheiro para merchandising, encontrei projetos para o show, comprei uma pulseira LED para o caso de não venderem ARMY Bomb, encontrei alguns produtos fanmade e comprei para pegar na véspera ou no dia do show, incluindo a camiseta que usaria, e encontrei um grupo no WhatsApp que, hoje, posso dizer que foi um dos melhores presentes que a vida me deu. Uma semana antes, não por causa do show, pedi demissão do trabalho e, por incrível que pareça, a coisa ficou bem mais tranquila, a ansiedade pré-show ficou saudável.

Fast forward para a véspera do show.

No grupo do WhatsApp, combinamos de colocar uma fita preta e uma branca para sinalizar "soundcheck", e uma laranja para sinalizar aquele grupo especificamente. Então, na sexta-feira, 24 de maio, acordei cedo, fui na 25 de março atrás de capa de chuva descartável e fitas de tecido preta, branca e laranja, almocei, fui assinar toda a papelada de encerramento de contrato onde eu trabalhava - aka fui pro outro lado da cidade -, e atravessei de volta para ir no estádio, encontrar uma das meninas de quem comprei algo.


Eu não sei descrever a sensação de estar no meio do pessoal nas filas do estádio quando começou a tocar, lá dentro, Boy With Luv.

Sabe quando você gosta de alguma coisa, mas parece que ninguém perto de você sequer sabe do que você tá falando ou te entende minimamente? Foi assim que eu me senti nos três anos sendo ARMY aqui. Chegar no estádio e encontrar um monte de pessoas que estavam ali pelo mesmo motivo que eu, tão apaixonadas quanto e que entendiam foi... Something. É a famosa sensação de pertencimento e, pela primeira vez, eu não queria ir embora de um lugar que, na real, não tinha nada - literalmente, nem as luzes dava pra ver do lado de fora do estádio.

Por mim, com toda a minha impulsividade, ficaria ali mesmo, viraria a noite na fila, porque dormir eu já sabia que não ia mesmo, nem em casa, nem na fila.

Acabei voltando, tho, porque pareceu o mais lógico: ir pra casa, tomar banho, pegar os lanches que já tinha preparado, a bolsa, o ingresso... É.

Voltei no dia seguinte, 5h30 da manhã estava na fila. Depois, quando recebi a pulseira do soundcheck, descobri que tinha por volta de 290 pessoas na minha frente, um número a-okay se considerar que foram duas mil pessoas no SC, mil em cada pista.


Os portões abriram 10h e o soundcheck começou 15h. Até chegar nossa vez, eu e as meninas que estavam comigo fomos andar em volta do estádio, pegar e comprar photocards, procurar as coisas que eu comprei e tal. xD Aliás, muito obrigada pras mães das meninas que ficaram na fila pra gente. ♥ No geral, a gente aproveitou muito o tempo antes do show, e o tempo passou muito rápido.

Até entrar no estádio, claro. xD

A coisa com shows é que, depois que você entra no estádio, parece que o tempo começa a se arrastar, um minuto parece que demora 40 pra passar. A organização do show do BTS foi bem legal com a gente até, e a entrada do soundcheck foi liberada bem em cima do horário, então ficamos livres pra comprar merch (COMPREEEEI MINHA ARMY BOMB, eu comecei a chorar quando tirei essa foto aí embaixo, sei lá, ter as pulseiras de entrada e segurar a ARMY Bomb foi o que fez a ficha começar a cair pra mim), comprar comida, água, ir ao banheiro... Como a pulseira era numerada, colocaram a gente em ordem numérica e isso deixou todo mundo livre pra andar até dar o horário de entrada, sem perder o lugar na fila.


Entramos, tava mais ou menos organizado lá, e pouco depois os meninos entraram. Foi surreal, tão pouca gente dentro do estádio, eles com pouquíssima maquiagem focando na área que a gente estava. Eu tenho gravadas algumas cenas, e o rosto de alguns deles MUITO claro nas lembranças. Pena que foram só três músicas. xD Depois voltamos para a espera gigante antes do show de fato.

O começo do show de fato foi interessante. A ansiedade aumentando, pessoal todo de pé, cantando, ligando ARMY Bomb (que acendeu roxa, de cara), as luzes apagando e os vídeos no telão, que estavam bem baixos, aumentando o volume e passando MVs que não tinha passado antes. Show no Brasil geralmente significa público muito animado, então b-armys praticamente fizeram o próprio show antes do show, cantando Mic Drop, Fake Love e Idol mais alto que os alto-falantes do estádio. xD

O setlist foi incrível e a verdade é que muita gente já sabia de cor. BTS segue um script nos shows, então uma tour praticamente não tem alterações de um show pro outro, geralmente só mudam os discursos. Aqui no Brasil, o setlist foi o da Speak Yourself de todos os outros lugares, com a única exceção sendo um trechinho de Airplane Pt 2 cantado num dos discursos. Mesmo assim, foi absolutamente incrível, as danças, os discursos, as frases em português, os meninos "sambando", os efeitos especiais - fogos de artifício, canhões de água, papel picado, efeitos nos telões, castelo inflável com vibe de pula-pula, you name it -, como bem definiram os meninos, foi um sonho.

Pena que tudo que é bom acaba, e o show passou muito rápido. Uma cena LINDA que eu nunca vou esquecer é, depois que eles já tinham decido do palco, o símbolo do Bangtan estava lindo e aceso, os fogos de artifício estavam acabando, e as Armys na área do soundcheck estavam se abraçando como se fosse ano novo. Eu estava responsável por duas meninas no show, e ainda acho a coisa mais fofa ever uma delas me abraçando e falando que só queria chorar. 14 anos de diferença entre eu e ela, e eu posso dizer que entendi perfeitamente o sentimento.


Saímos do estádio, voltei para casa e juntei tudo que comprei/ganhei e essa é, até agora, a prova pra mim de que não foi delírio coletivo, que teve mesmo um show e eu fui.

E é isso. xD Valeu cada centavo, cada segundo esperando, e eu só quero que eles voltem logo. Faz um ano, parece que foi ontem, mas também parece que já faz tempo demais e eu to com saudade. ♥ Torço para que eles voltem em 2020, e eu e as meninas consigamos ir e tirar uma foto juntas. ♥

E amanhã tem post sobre o segundo show, me aguarde. xD