Got my pedal to the metal, got my hands in the air
Look out, you take your blinders off
Everybody's looking for a way to get real gone”
Real Gone, Sheryl Crow (OST de Carros)
A looooong time ago, antes de a minha irmã nascer, eu assistia corridas de Fórmula 1 com meu pai e gostava bastante. Eu tenho algumas lembranças (por algum motivo desconhecido, eu lembro de poucas coisas até meus quatro anos, quando minha irmã nasceu) de estar deitada entre ele e minha mãe – que em geral estava dormindo – nos domingos de manhã para assitir às corridas. Embora carros comuns não me empolguem nem um pouquinho, eu adoro carros de corrida.
Último trecho da volta antes da bandeira verde |
Uma coisa que pouquíssima gente sabe e praticamente ninguém nem imagina é que eu quis, por alguns bons anos, ser piloto de corrida. Como muitas crianças e adolescentes que puderam assistir ao Senna correndo, eu ficava absolutamente encantada com a idéia. De fato, eu não prestava tanta atenção quando não tinha o Senna no meio, e, provavelmente por isso, depois que ele morreu, Fórmula 1 perdeu um pouco da graça pra mim. Até assistia as corridas de vez em quando (bem de vez em quando), e não quis perder a tal última corrida do Schumacher – até torci para ele recuperar a volta. Os outros brasileiros eram bons, mas o Senna era... O Senna. :P
E eu não desisti da idéia de correr por causa dos acidentes não – de fato, eu via alguns feios quando acompanhava com meu pai – e sim porque percebi que, pra mim, era um sonho meio inviável. Pena. Sou uma que fica feliz porque, da janela do meu quarto, dá pra ouvir os motores dos carros da Indy em SP. Maaaaas não tinha uma Bia Figueiredo para me mostrar que mulher pode correr sim.
Bia Figueiredo |
Não é muito surpreendente que Carros esteja mesmo na minha lista de filmes preferidos (embora Carros 2 não tenha me atraído taaaanto assim) e que eu não encontre muitas pessoas que gostem da história do filme como eu. :P
Well, essa história toda foi pra falar o que dá pra perceber ali no título e na primeira foto do post (aliás, só clicar que a foto aumenta!): esse ano eu pude ir à Itaipava São Paulo Indy 300 Nestlé! :D Meu padrinho ligou em casa sexta à noite falando que tinha um par de ingressos e ofereceu pro meu pai, que aceitou e me chamou pra ir com ele. Pela historinha ali em cima, dá pra perceber que não poderia ter companhia melhor, right? :P Fui com meu pai assistir aos treinos no sábado (fomos no treino da tarde e ficamos até o último treino classificatório) e depois fomos assistir a corrida no domingo. E, de verdade, eu não consigo mesmo colocar em palavras quão incrível foi isso.
Lembranças do dia do treino: folder com a programação, ingresso, pulseira e boné (que era brinde na compra de dois chocolates) |
A organização foi muito boa, tinha vendedores de comida e bebida andando pelas arquibancadas direto, banheiros limpos e abastecidos o tempo todo, váááárias tendas de alimentação, posto médico, tudo certinho e sem muita fila, vimos os safety cars agindo bem rápido também, o som estava muito bom (tocando rock clássico, nacional e internacional, e ligado direto na transmissão da Band, passando entrevistas com pilotos e informações úteis como horários das provas e “o que está acontecendo agora?”)... Tinha até gente entregando o jornal Metro, que tinha uma muito útil lista de carros, pilotos e classificações, facilitando e muito na hora de identificar todo mundo.
Uma das relargadas |
Sério, única reclamação nem é bem culpa da organização, e eu até acharia que era cisma de jornalista se um pessoal que estava perto de mim não concordasse. A narração foi terrível. TERRÍVEL. Ok que era a narração da tv, mas também era a narração para o rádio. Estávamos na saída da curva da vitória e na entrada da reta do sambódromo, não dava para ver o que acontecia lá no S do Samba, por exemplo. Várias vezes ouvimos “ih, bateu! Bateu e tem pedaço de carro na pista, BANDEIRA AMARELA!” ou “você está vendo agora a batida, vamos ver o que aconteceu. É, bateu.” E só, a gente ficava lá sem fazer nem idéia de quem bateu, quem rodou, quem tá fora, quem parou.
Foi uma narração só para a televisão, e quem estava no rádio ou nas arquibancadas ficou sem entender por um bom tempo. Saber as posições era quase impossível. Depois de um tempo, a narração começou a “travar”, repetindo algumas frases e pulando outras, ficando em silêncio por vários segundos... Enfim, bagunça. Para não dizer que esse foi o único ponto negativo, os preços estavam extremamente altos. R$4.00 uma garrafinha de água, R$6.00 uma lata de refrigerante, R$6.00 um saco de pipoca, R$5.00 um kit kat. Caro, caro, caro e, como não tem nenhum tipo de lanchonete ali por perto e é proibída a entrada de alimentos e bebidas, não te sobra muita opção. Comida boa com certeza, mas cara.
Efeito ao contrário \o/ |
No mais, foi... Um sonho. Pude assistir os treinos da última fileira da arquibancada (sombra \o/) e a corrida na grade. Prefiro torrar no sol e ficar na grade, você sente o chão vibrar quando os carros passam e, cara, é lindo vê-los passar depois da bandeira verde. Do ponto que eu e meu pai estávamos, pudemos ver várias ultrapassagens, inclusive a última, que deu a vitória para o Hinchcliffe. Também foi muito legal a parte da torcida, aplaudir desde a ultrapassagem do Tony Kanaan para primeiro lugar no começo da prova até a ultrapassagem do Helinho para o penúltimo lugar – e de novo o Kanaan, quando voltou para a corrida mesmo ficando três voltas atrás.
Enfim, ótima experiência, valeu muito, me sinto quebrada agora, mas estou muito feliz. o/ Pai e padrinho realizaram um sonho antigo meu, então fica aqui o muito, muito, muuuuito obrigada!
James Hinchcliffe fazendo a volta de comemoração (o que talvez explique a mão random na foto xD) |
Agora - The Bard’s Song (In The Forest), Van Canto - Nada - Youtube, Twitter e e-mail - Nada - A Guerra dos Tronos - Que foi mesmo uma sorte não ter chovido na corrida. :P - Fome |
Fiquei feliz por vc, e com uma pontinha de inveja! Hehehehehe
ResponderExcluirxD Brigada. :P
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