Dois pontos que precisam ser destacados nessa leitura específica é que (1) eu já conhecia a história, já vi filme, musical e sei várias diferenças entre os dois e o livro, e (2) eu tenho uma tendência a me apaixonar por alguns livros e filmes muito antes de vê-los, e eis aqui um bom caso. No momento estou no meio do segundo livro, A Queda, e esse post surgiu de uma pergunta de um amigo meu: “você canta enquanto lê?”
Não, eu não canto enquanto leio, porque, querendo ou não, a ordem é diferente e a história é bem maior do que as músicas dão a entender. Mas eu estou adorando reconhecer, no livro, de onde vêm algumas das letras. O segundo livro é a entrada de Jean Valjean na história, e boa parte da explicação sobre os anos que ele passou preso lembra os versos do começo de Valjean’s Soliloquy (Soliloquy = monólogo), música encenada logo após ele ser pego fugindo da casa do Bispo.
“Assim, propondo estas questões e resolvendo-as, ele julgou a sociedade e a condenou.
Condenou-a a seu ódio.
Tornou-a responsável pela sua desgraça e jurou com ela acertar as contas um dia.”
(p. 151)
“Quando chegou às gales, ainda se conservava bom. Mas agora condenava a sociedade e sentia que se tornara mau; condenava a Providência e percebia que se tornara ímpio.”
(p. 152)
“Have I fallen so far, while is the hour so late
That nothing remains but the cry of my hate?
That cries in the dark, that nobody hears
Here where I stand at the turning of the years
If there is another way to go
I risked it twenty long years ago
My life was a war that could never be won
They gave me a number and murdered Valjean
Where they chained me and let me for dead
Just for stealing a mouth full of bread”
E pode parecer algo bem aleatório, mas é tão difícil reconhecer o musical The Phantom of the Opera no livro The Phantom of the Opera que eu fico imensamente feliz por não só reconhecer o musical no livro Os Miseráveis como por achar os dois brilhantes. Até agora, parece apenas uma boa adaptação de um livro, e múusica que realmente tem a ver com o livro.