Sempre que eu preciso ilustrar para alguém a minha indecisão,falo do final do Ensino Médio e os vestibulares que prestei.
Por incrível que pareça, eu prestei quatro vestibulares, cada um pra um lado aleatório. O primeiro foi o que escolhi de verdade, que eu queria mesmo fazer o curso: Design de Games. Passei em oitavo lugar, mas não estava trabakhando e não tinha dinheiro nem para a inscrição,imagine para as mensalidades. Depois prestei Administração, Publicidade e, por fim, Jornalismo, cinco dias antes do início das aulas.
Segui no Jornalismo e poderia dizer na the rest was history, mas a verdade é que nunca curti muito o curso. Tinha matérias legais e tudo, mas meu interesse no jornalismo era mais atrás das câmeras. A primeira vez que senti que realmente gostava de um trabalho foi quando fiz parte da equipe de assessoria de imprensa do Revelando São Paulo, lá em 2010.
Eu amei ter que vender a pauta do evento para os jornalistas, amei cobrir o evento para gerar sugestão de pauta. Até hoje sou extremamente grata à equipe de jornalista que me ensinou a maior parte do que realmente sei sobre a profissão, e ali foi o primeiro passo na direção certa, por assim dizer. Obrigada, Deus, eu não insisti no curso de design, anos depois eu tive a oportunidade de fazer um curso rápido de produção de games, descobri que detesto modelagem 3D, códigos então, um saquinho.
Anos depois, prestei vestibular para Relações Internacionais, carreira que eu realmente queria muito seguir, e até passei, mas os horários das aulas batiam com os horário do meu novo emprego, e não conseguiria pagar as mensalidades sem receber o salário. Optei por sair do curso. Depois prestei para o curso técnico de Eventos, porrque as experiências trabalhando em eventos me fizeram perceber um amor muito grande pela área. Saí porque o curso EAD não bateu comigo mesmo, dois meses e não tinha aprendido muita coisa.
Entrei e passei no processo seletivo da pós-graduação em Administração e Organização de Eventos, um curso latus que eu achei abrngente demais e específico de menos. Vi e confirmei bastante coisas que já sabia, aprendi termologias específicas e tive a oportunidade de organizar umasérie de eventos ao longo dos meses de curso. Muito bom, but didn’t spark joy.
Foi só em 2020 que eu resolvi tomar vergonha na cara e me jogar na direção da carreira que eu sempre quis e nunca arrisquei: teatro. Eu sou apaixonada por teatro, especificamente musicais, especificamente contrarregra, mas nunca fui atrás porque... Sei lá. Porque achei que não conseguiria. Porque estava acomodada. Realmente não sei.
Para 2022, meus dois principais objetivos são viajar para a Coreia, porque é o 3º ano que estou tentando, e fazer um curso de teatro mais focado em produção. No mundo perfeito, eu conseguiria fazer os dois conseguindo cursar produção de teatro na KArts. Na realidade atual, pandêmica, imprevisível e financeiramente estável, eu sinto que preciso de um plano B um pouco mais baixo, um curso de teatro aqui no Brasil mesmo, mas focado emprodução – nada contra, mas meu lugar nunca foi exatamente em cima dos palcos.
E eu sinceramente acho que o primeiro passo é justamente esse: parar de enrolar e decidir correr atrás.
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