Sabe aquele negócio de recomeçar no ano novo? Minha virada de 2021 para 2022 foi tão caótica que eu nem pensei nisso. Pela primeira vez em muitos anos,eu não comemorei de verdade uma mudança de ano. Não fiz metas, nem pensei em resoluções, olhar para trás e analisar o ano que passou, então, não pensei nisso até esse presente momento, para ser sincera.
Pela primeira vez em todos os 31 anos de vida – ou todos que eu consigo pensar -, eu passei a virada de ano longe da família. Trabalhei até 23h54 do dia 31/12 e subi correndo para o open deck para ver os fogos de artifício com uma amiga, e foi... Estranho. O mesmo vale para o Natal, que pareceu chegar muito mais rápido que nos anos anteriores.
Foram experiências únicas à própria maneira: primeira vez passando Natal e ano novo longe da família, primeira vez assistindo ao vivo aos fogos de Copacabana, primeira vez passando o Natal com amigos que parece que conheço há anos, mas que conheci há três meses, e primeira vez passando meu aniversário sozinha. Y’know, fisicamente sozinha.
Durante esse dez de janeiro, estou no terceiro dia de quarentena – melhor isolada e saudável que covidada, é o que eu sempre digo -, e aproveitei para falar com todo mundo que está próximo e isolado igual eu ou em terra, longe de mim, e para fazer tudo que sempre faço no ano novo.
Meus 31 seguiram meus 30 e me trataram muito bem. Eu gosto do que vejo quando olho para a Luísa de 31 anos. Ela não apenas aguentou firme durante a panemia e a recaída da depressão, mas reembarcou e seguiu firme mesmo nos dias em que ligou para a mãe chorando e falando que queria pedir sign off. Ela cresceu e amadureceu, mas não perdeu a empatia, a sensibilidade. Ela perdeu a paciência muitas vezes – mas, y’know, qual Luísa não perdeu a paciência? -, mas aprendeu que algumas mãos não valem a pena segurar, e que muitas coisas merecem só uma frase: foda-se. Desculpa o palavreado, mãe, mas é verdade, só um palavrão encaixa aqui.
Apesar de ter passado meu aniversário isolada, pude sentir o carinho das pessoas em cada ligação e em cada mensagem – que, em geral, não foram o genérico “feliz aniversário, tudo de bom” -,e minha auto-estima me permitiu acreditar nelas, algo que nem sempre acontece. Obrigada, Luísa de 31 anos, por mais esse crescimento.
Eu estou aproveitando essa quarentena para colocar no papel os planos e desejos que sempre estiveram só na minha cabeça, tentando deixá-los mais ao meu alcance com uma boa pesquisa no mundo real, refinando tudo. Para 2022, meu main goal é minha viagem para a Coreia e a mudança da área de trabalho. Só. “Só”.
Para a Luísa de 32 anos, eu desejo paciência, resiliência e fé. 2021 me mostrou que, muitas vezes, o que eu quero nem sempre é a melhor das opções, e meu anjo da guarda sempre está mais atento que eu mesma.
Obrigada, 2021 e Luísa de 31 anos pelas memórias e pelos aprendizados. Here’s to 2022 and to Luísa de 32 anos.
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