Direção: Pete Docter
Duração: 101min.
Divertida Mente é o novo filme da Pixar - que só lembrando, não lançou filme ano passado, tivemos o épico Frozen, sim, mas ele é da Disney, não da Pixar -, e é uma daquelas animações que você vê e praticamente comemora. A Pixar estava em crise, isso é fato conhecido, fazendo continuações, prequels e filmes relativamente fracos há alguns anos, e Divertida Mente é como um recomeço. É uma história diferente, uma animação original, e só isso já é lindo. :P
No filme, acompanhamos a história da Riey, a protagonista que é meio secundária porque o foco mesmo é as emoções da Riley. Logo que ela nasce, a Alegria aparece na “torre de comando” da mente dela, e cada ação causada pela Alegria gera uma memória amarelinha, alegre, que vai ou para as memórias-base, que, como a própria Alegria explica, fazem da Riley a Riley e sustentam as principais “ilhas” na mente dela, ou vai para um arquivo – e, dependendo da memória, ao longo dos anos vai apagando até ser mandada para um lixão, onde ela é esquecida. Nos primeiros anos da Riley, outras quatro emoções aparecem – Tristeza (memórias azuis), Medo (roxas), Raiva (vermelhas) e Nojinho (verdes). Cada uma tem seu papel na vida da Riley e cuida de algum ponto.
O melhor exemplo de como isso funciona é o primeiro dia de aula: logo que a Riley acorda, e, por consequência, suas emoções, Alegria, que é a “chefe” na cabeça da Riley, passa as tarefas para cada emoção:
Posted by Walt Disney Studios, June 14, 2015
A história começa “de verdade” quando a Riley, que mora em Minnesota e participa do time de hóquei, muda com a família para São Francisco, do outro lado do país, para uma casa pequena e uma escola nova. Com uma adaptação bem difícil, as memórias “do dia” vão passando de predominantemente amarelas para quase nenhuma amarela, até que, depois de alguns eventos, Alegria e Tristeza vão parar do lado de fora da torre de controle – que é ligada ao resto do consciente e subconsciente pelas ilhas de memória-base – e precisam achar o caminho de volta.
Basicamente, a Riley está entrando em depressão, embora ninguém diga isso de fato – mas ela perdeu a alegria e algumas memórias antes felizes passam a deixá-la triste. E o filme todo é bem... Lúdico. Você não tem nenhuma trilha-sonora memorável - embora elas sejam ótimas musiquinhas de fundo -, mas tem boas piadas e ótimas sacadas. É fácil até imaginar como seria a SUA mente, como seriam suas emoções, quem estaria no comando e se você já amadureceu. Esse, aliás, é um dos detalhes que achei mais interessantes no filme – quando a animação mostra dentro da cabeça dos pais da Riley, algumas diferenças que aparecem vão fazer sentido lá no final.
É um filme que, provavelmente, adultos vão entender melhor que crianças, e que faz chorar, sim, mas também é um tanto leve, muito colorido e com explicações práticas. Em um só diálogo, toda a piada de músicas que grudam na cabeça é feita e, em todas as vezes que ela reaparece, você ri junto, e é bem assim que o filme todo é, nada precisa ser explicado duas vezes ou muito detalhadamente. Além disso, a animação é muuuito bonita, e bem interessante: as emoções não parecem pessoas, cada uma tem sua forma e meio que sua “textura”, dá para ver um pouco disso nas fotos, mas foi só na tela grande que reparei mesmo. Ao invés de “pele”, eles parecem ser feitos de várias combinações, o Medo e a Raiva parecem feitos de pelúcia, mas tecido mesmo, o cabelo das outras três parece cheio de glitter, os cílios da Nojinho são enormes e também parecem ter glitter... É bem interessante porque passam a idéia de ser uma coisa mais “imaginada” mesmo.
Um último ponto muito positivo é o final "depois do final" - enquanto passam os créditos, o filme vai mostrando dentro da cabeça de personagens que apareceram ao longo filme: o motorista do ônibus, a professora da escola nova da Riley, um menino com quem ela tromba sem querer, um cachorro, a menina popular da escola... É bem divertido de assistir. xD
Enfim, eu com certeza ADOREI o filme, é o melhor filme da Pixar que vejo em anos e, definitivamente, um dos meus preferidos, já, e um dos melhores que vi esse ano, já. Vale muito a pena ver no cinema, na telona mesmo, mas não sei se vale o 3D – pessoalmente, eu não vejo um bom 3D desde O Hobbit HFR, e não tenho tido muita vontade de arriscar (porque, oi, é caro). Por outro lado, vi dublado e foi a primeira vez desde LEGO que gostei do filme dublado – o único dublador perdido que eu vi foi o Sidney Magal, mas ele só tem uma fala mesmo (“vem, vem voar comigo, gatinha”). Quero ver a versão em inglês porque adoro vários dos dubladores, mas gostei que a versão dublada é MUITO bem dublada. So, yeah, animação mais do que recomendada. ;)
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