Sinopse: "For someone who made a career out of over-sharing on the Internet, Tyler has a shocking number of personal mishaps and shenanigans to reveal in his first book: experiencing a legitimate rage blackout in a Cheesecake Factory; negotiating a tense standoff with a White House official; crashing a car in front of his entire high school, in an Arby’s uniform; projectile vomiting while bartering with a grandmother; and so much more. In Binge, Tyler delivers his best untold, hilariously side-splitting moments with the trademark flair that made him a star.”
Autor: Tyler Oakley
Eu já conhecia Tyler Oakley antes desse livro, até tinha visto alguns vídeos, mas nunca acompanhei em redes sociais nem nada. Sabia que ele é um youtuber de sucesso, gay e, de certa forma, um ativista, mas parava por aí. Resolvi ler o livro depois de assistir uma resenha muito animada no youtube, e optei pelo audiobook quando soube que era ele quem narrava – aliás, recomendo e muito que você ouça esse livro, vale a pena.
Pude ver por um sample de um capítulo – “The Gay Chapter” – que a escrita é fácil de ler, mas ter Tyler Oakley narrando o livro como se estivesse mesmo contando uma série de histórias, com todas as suas interpretações ao longo das frases, dá uma forma nova de encarar o livro, e é cheio de pausas para comentários e curiosidades entre os capítulos. Como contador de histórias, Tyler Oakley é realmente incrível, e o livro é escrito de maneira tão aberta, sincera e crua que às vezes parece ficção.
Contando as histórias mais curiosas e, possivelmente mais constrangedoras, intercaladas com os episódios mais tristes da própria vida, Tyler vai contando a vida dele para você sem vergonha e sem censura. A maioria das histórias não teria acontecido se ele não estivesse bem bêbado, ele assume ter experimentado drogas e até fumar maconha de vez em quando com os amigos- nunca quando vai em algum evento, tho -, e um capítulo inteiro é só de histórias exóticas sobre caras que ele conheceu num aplicativo parecido com o Tinder, que foram one-night-stands justamente por serem pessoas estranhas. Em outros capítulos, ele vai contar sobre como ficou anos sem falar com o pai por causa da homofobia que o pai não enxergava, falar sobre um relacionamento sério que teve com um cara, que virou algo extremamente tóxico e o fez cogitar o suicídio quando terminou de vez, sobre abuso físico que ele sofreu durante outro relacionamento, e como ele resolveu colocar isso no livro porque não existia um livro que te desse uma idéia de como sair disso na época.
Tudo isso narrado com um incrível equilíbrio entre bom-humor e brincadeiras e seriedade. O capítulo sobre abuso físico, por exemplo, é seguido do “20 coisas que eu faria se fosse Beyoncé por um dia”, e a maior parte do livro segue essa padrão. Não é como se ele quisesse mudar de assunto rápido, é mais como se aquele assunto estivesse resolvido e era hora de passar para o próximo.
Toda a sinceridade no livro é refrescante, principalmente sendo um livro sobre a vida de uma “celebridade online”, alguém de um meio que parece viver para apagar alguns trechos da própria vida e construir novos totalmente diferentes, aceitáveis para crianças e pais, politicamente correto e o mais chamativo possível. Tyler Oakley não parece querer ser o bom exemplo perfeito, mas sim o melhor exemplo possível de “seja você mesmo” e “aprenda com seus erros”, e isso é LINDO nos dias de hoje.
No geral, o livro me mostrou uma pessoa incrível, e veio cheio de histórias que, de certa forma, são motivadoras – ele foi negado no processo de seleção da Google e, anos mais tarde, pôde falar com o cara que decidiu negá-lo, e descobriu que foi porque ele era criativo demais e merecia mais do que a Google poderia oferecer.
Eu absolutamente recomendo o livro, mesmo que você não faça ideia de quem é Tyler Oakley, principalmente se você tiver a opção do ebook. São sete horas de áudio e eu ouvi as sete direto, não ficou cansativo at all. Só tenha em mente exatamente o que eu disse ao longo da resenha: não tem censura, não tem edição, não tem histórias escondidas. E sim, isso pode ser ofensivo para algumas pessoas.
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