Sinopse: "Quando as mulheres ainda não tinham direito a voto no Reino Unido, no início do século 20, um grupo feminista decide quebrar vitrines e queimar objetos pela cidade para que suas vozes sejam ouvidas. A trabalhadora Maud se junta a elas e acaba sofrendo graves consequências na luta por direitos.”
Direção: Sarah Gavron
Duração: 103min.
Pensa num filme dolorido de assistir. É As Sufragistas para uma mulher feminista.
O filme conta a história de um grupo de mulheres britânicas protestando pelo direito ao voto – por enquanto, apenas o direito ao voto -, ou seja, a mudança na lei do sufrágio, e o movimento, assim como duas integrantes, ficaram conhecidos como “sufragistas”. O mais curioso é que o filme foca na Maud e sua história, mas ela não começa uma sufragistas – de fato, na primeira vez em que é presa, ela nega ser uma -, vai virando conforme observa a realidade ao redor dela, e é MUITO interessante de ver.
Maud começa fazendo uma entrega e, sem querer, vai parar num protesto sufragista, onde reconhece uma colega de trabalho, Violet. Mais tarde, as mulheres vão dar testemunho no Parlamento, para tentar conseguir o direito ao voto, e Violet é uma das que vão falar, mas chega no dia toda machucada (apanhou do marido abusivo) e pede para Maud testemunhar no lugar dela. E é como ela entra no movimento – vai percebendo as diferenças de realidade entre homens e mulheres.
Os outros personagens também são bem interessantes: Emily, uma das que mais ajudam Maud ao longo das mudanças dela, é MUITO dedicada à causa, e parece passar parte disso para a Maud. Violet, a colega de trabalho que meio que começou o enredo do filme, fica num meio-termo entre Emily e Maud, participando, falando, mas com um pé atrás por motivos próprios. Edith, por sua vez, tem uma das parcerias mais curiosas: ela é absolutamente dedicada ao movimento e tem o marido como grande apoiador. Ele não só ajuda a acobertá-la e a leva para os lugares como realmente se preocupa com ela e com seu bem-estar, diferente de Sonny, marido de Maud, que só vê as pessoas falando DELE e como tudo prejudica a ele. E, por fim, o inspetor Steed, que é provavelmente o personagem masculino mais interessante de ver – ele, aos poucos, parece entender a causa dos protestos sufragistas, mas prefere falar que está apenas cumprindo a lei ao mandar prendê-las e tomar a atitude que toma, beeeem mais fácil que reconhecer quão extremas são as medidas tomadas por um pedido tão simples.
Como eu disse, o filme não é fácil de assistir sendo mulher, as mulheres apanham em vários dos protestos, e estão partindo para medidas mais rebeldes, explodindo casas e caixas de correio, e tem um diálogo da Maud com o marido que mostra muito bem a realidade delas na época: ela pergunta, caso tivessem uma filha, qual seria o nome, ao que ele responde direto que seria em homenagem à mãe dele (confesso que esqueci o nome em questão xD). Em seguida ela pergunta como seria a vida dela – “igual a sua”, ou seja, trabalhando desde pequena, sem tempo para estudos, dando todo o dinheiro para o marido. E, céus, a vida dela não é fácil, tendo que abaixar a cabeça pra tudo e sem direito, sequer, de ver o filho quando é expulsa de casa.
Não é fácil, mas absolutamente merece ser visto, seja para ver como as coisas evoluíram, para entender o que é o feminismo ou para lembrar porquê a luta existe. É só a busca por direitos iguais, não a dominação mundial.
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