Sinopse: " Em 1965, o ativista social Martin Luther King Jr. vai para a pequena cidade de Selma para organizar uma marcha pacífica em busca de direitos eleitorais para os negros. Mas ele enfrentará a oposição de muitos, inclusive de membros do governo americano.”
Direção: Ava Duvernay
Duração: 124min.
Selma é um filme... Triste. Baseada em fatos reais, ela conta a luta de Martin Luther King a favor dos direitos dos negros, pouco mais de um ano depois do famoso discurso “I Had a Dream” e apenas algumas semanas após a morte de quatro meninas numa igreja no Alabama – causada pela explosão de uma bomba colocada pelo KKK. Aliás, Selma é uma cidade no Alabama.
O filme começa justamente com a explosão da igreja, primeira de muitas violências sofridas por negros e retratadas no filme, e não tem qualquer explicação lógica – o único motivo é a cor da pele deles.De lá, o filme vai direto para Selma, onde Annie Lee Cooper tenta se registrar para votar, mas é terrivelmente discriminada e tem o direito vetado. Mais tarde, quando Luther King já está em Selma e organizou uma caminhada até a frente do cartório, ela está lá, e, quando a polícia começa a bater em algumas pessoas, ela luta de volta, acertando um soco no xerife – ela ficou, aliás, conhecida por esse soco.
É um filme difícil de assistir, sabe? Porque não é como As Sufragistas, que você vê a luta que precisou acontecer para chegar ao direito de votar, antes de 1900, e que evoluiu – agora a luta é por direitos iguais, mas uma mulher pode trabalhar, ter sua própria casa, dirigir, votar, tem MEIOS de lutar. É ver uma luta recente que ainda não foi completamente vencida. Sim, negros podem votar, podem protestar, mas quantas mortes de negros não viraram notícia, só em 2016 e só nos EUA, onde se passa Selma, por serem motivadas pelo racismo puro e simples, e executadas por brancos, em VÁRIOS casos policiais?
É difícil, mesmo. Eles literalmente não podiam atravessar uma ponte em conjunto, porque era considerado intimidador – e a coisa só funcionou quando conseguiram o apoio de brancos também. Aliás, uma das mortes do filme, e não é spoiler algum, é de um homem branco que marchou com eles – James Reeb foi morto com socos e pontapés horas depois de uma das tentativas da marcha.
Outro ponto mega positivo são os personagens – é fácil fácil mergulhar na história com a atuação incrível da maioria ali. É todo mundo bem humano, mesmo o Martin Luther King tem suas inseguranças aqui, e comete erros – uma das tentativas de marcha é feita à noite e vira um desastre, e você vê as consequências disso pra cada um depois -, então dá para acompanhar a evolução do plano de marcha, as melhorias e os resultados de cada tentativa. Além disso, é interessante ver a mulher dele, que tem todo peso de ser a esposa de um ativista tão conhecido, um dos planos para pará-lo, inclusive, é minar o casamento dos dois fazendo várias ameaças por telefone, geralmente atendido por ela, e mostrar o perigo do que ele está fazendo.
E a música, incrível. Glory é linda, a apresentação no Oscar foi linda, mas eu gostei bastante do restante da trilha também, casa muito bem com as cenas e leva muito bem o filme.
Selma não é fácil de assistir, tem algumas cenas de violência difíceis de aceitar – foi real, é real -, mas vale muito a pena assistir.
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