Sinopse: "Paul estuda em uma escola nada convencional. Líderes de torcida andam de moto, a rainha do baile é uma quarterback drag-queen, e a aliança entre gays e héteros ajudou os garotos héteros a aprenderem a dançar. Paul conhece Noah, o cara dos seus sonhos, mas estraga tudo de forma espetacular. E agora precisa vencer alguns desafios antes de reconquistá-lo: ajudar seu melhor amigo a lidar com os pais ultrarreligiosos que desaprovam sua orientação sexual, lidar com o fato de a sua melhor amiga estar namorando o maior babaca da escola... E, enfim, acreditar no amor o bastante para recuperar Noah!”
Autor: David Levithan
Depois de Dois Garotos Se Beijando, eu tinha expectativas consideravelmente altas para este livro e... Elas não foram exatamente atingidas, muito menos superadas.
O livro não é ruim. Eu adorei a cidadezinha em que o Paul mora, os amigos dele, os pais, parece ser um lugar ótimo para viver, pacato e extremamente divertido ao mesmo tempo. A coisa da aliança entre gays e héteros é ótima, e num momento x o Paul comenta sobre um “conselho” formado pelos adultos que sempre entra em ação quando uma criança ou adolescente gay tem problemas de aceitação em casa, o que também parece uma iniciativa incrível. As personalidades dos personagens são bem mostradas, eles não parecem ser clones um do outro e mesmo os secundários são muito interessantes – Infinite Darlene, aliás, é oficialmente um dos meus personagens favoritos. A história do Paul e do Noah é bonitinha, tem suas pedras pelo caminho, mas convence, dá pra torcer pelos dois – e meio que nunca existe a dúvida de que eles vão ficar juntos de um jeito ou de outro A escrita é incrível, flui muito bem e não é nem formal nem informal demais, e eu ADORO as descrições, principalmente da cidade.
Meu problema é que o livro é um tanto parado, você tem alguns conflitos interessantes e tudo, mas o avanço é beeeem lento.
Provavelmente por esse desenrolar mais demorado, os personagens não parecem evoluir muito, o próprio Paul meio que não precisa de um desenvolvimento real para resolver o próprio problema, e ele parece ser meio conselheiro do grupo de amigos, de alguma forma os problemas sempre chegam nele e as sugestões de resolução meio que partem dele também.
E eu adorei a cidade descrita aqui, mas, verdade seja dita, ela tem um quê de utópica, seja dez anos atrás (quando o livro foi escrito), seja nos dias de hoje. É um pouco difícil de entrar na história, mesmo estando na cabeça do Paul, porque um pensamento frequente é “cara, seria legal se isso existisse”, o que funciona pra literatura fantástica, mas é estranho para um livro que conta a história de pessoas normais, em suas vidas normais, com seus problemas normais. Parece irreal que exista, pelo menos num futuro próximo, uma cidade com uma aliança gay-hétero, um quarterback drag queen rainha do baile, cheerleaders que formam também um clube de Harleys e toda uma população que se junte numa clareira para uma festa não programada.
Mesmo assim, eu recomendo a leitura, se não por alguma lição de vida – esse livro tem algumas lições, inclusive a cidade utópica que eu achei utópica DEMAIS -, pela boa leitura, o passatempo, um romance bonitinho e, claro, Infinite Darlene.
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