sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

[Lily talks] Hamilton

Sim, esse é um título estranho para o primeiro post do ano, MAS é fácil de explicar. Para começar, Hamilton é a minha mais recente obsessão entre musicais da Broadway, eu tenho preferido ouvir a trilha sonora inteira à ouvir qualquer outra coisa. Mas resolvi que esse seria o tema do meu primeiro post nesse 2016 pela mensagem que ele passa – é absolutamente brilhante, perfeita para um começo, e não tem nada mais simbólico para começos que 1º de janeiro.

Hamilton é um musical que conta a história de vida de Alexander Hamilton, o cara na nota de dez dólares, primeiro Secretário do Tesouro americano e o mais novo entre os founding fathers – aka responsáveis pelos EUA serem o país que são hoje, independente e com o sistema econômico que têm -, além de bastardo, órfão, imigrante. E esse tema tão esquisitinho pra um musical foi brilhantemente executado por Lin-Manuel Miranda, resposável pelas letras, melodias, composições, praticamente tudo, e ainda atua como Alexander Hamilton em quase todas as apresentações.


O musical é basicamente hip hop, R&B, rap e um pouco de “broadway”. O resultado é quase inacreditável – são mais de 40 músicas que contam a história de Alexander Hamilton e dos EUA, falam sobre como funciona a economia e sobre inspiração. Hamilton foi morto num duelo contra Aaron Burr, vice-presidente na época, um dos primeiros amigos que ele fez quando chegou nos EUA (ele era caribenho) e narrador da história, e o musical mostra muito bem as diferenças entre os dois já na segunda música. Aaron Burr tinha como lema a espera, cuidadoso, esperando para ver o que podia acontecer e seguindo o lema “wait for it”, enquanto Alexander Hamilton parecia ouvir constantemente um relógio lembrando que o tempo está passando o tempo todo.

O resultado é um musical extremamente inspirador e motivacional. Às vezes você só precisa ter consciência de que deve esperar por algo e que não está apenas parado - “I’m not standing still, I am lying in wait”. Às vezes, você precisa arriscar e tentar sorte – “you’ll get nothing if you wait for it”. Aliás, é quase impossível escolher a música preferida ou qual a mais inspiradora, quase todas elas têm alguma lição além da História.

Consigo me identificar bastante com a coisa de ouvir constantemente um relógio que nunca te deixa esquecer que seu tempo está passando. Hamilton fala muito sobre tempo e legado, o que você faz com o tempo que tem por aqui? Como você administra esse tempo? E o que você vai deixar para o mundo quando você morrer? Quem vai contar a sua história, e como ela será contada?

Então, aproveitando o primeiro de janeiro, who tells your story?

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