Sempre que eu preciso ilustrar para alguém a minha indecisão,falo do final do Ensino Médio e os vestibulares que prestei.
Por incrível que pareça, eu prestei quatro vestibulares, cada um pra um lado aleatório. O primeiro foi o que escolhi de verdade, que eu queria mesmo fazer o curso: Design de Games. Passei em oitavo lugar, mas não estava trabakhando e não tinha dinheiro nem para a inscrição,imagine para as mensalidades. Depois prestei Administração, Publicidade e, por fim, Jornalismo, cinco dias antes do início das aulas.
Segui no Jornalismo e poderia dizer na the rest was history, mas a verdade é que nunca curti muito o curso. Tinha matérias legais e tudo, mas meu interesse no jornalismo era mais atrás das câmeras. A primeira vez que senti que realmente gostava de um trabalho foi quando fiz parte da equipe de assessoria de imprensa do Revelando São Paulo, lá em 2010.
Eu amei ter que vender a pauta do evento para os jornalistas, amei cobrir o evento para gerar sugestão de pauta. Até hoje sou extremamente grata à equipe de jornalista que me ensinou a maior parte do que realmente sei sobre a profissão, e ali foi o primeiro passo na direção certa, por assim dizer. Obrigada, Deus, eu não insisti no curso de design, anos depois eu tive a oportunidade de fazer um curso rápido de produção de games, descobri que detesto modelagem 3D, códigos então, um saquinho.
Anos depois, prestei vestibular para Relações Internacionais, carreira que eu realmente queria muito seguir, e até passei, mas os horários das aulas batiam com os horário do meu novo emprego, e não conseguiria pagar as mensalidades sem receber o salário. Optei por sair do curso. Depois prestei para o curso técnico de Eventos, porrque as experiências trabalhando em eventos me fizeram perceber um amor muito grande pela área. Saí porque o curso EAD não bateu comigo mesmo, dois meses e não tinha aprendido muita coisa.
Entrei e passei no processo seletivo da pós-graduação em Administração e Organização de Eventos, um curso latus que eu achei abrngente demais e específico de menos. Vi e confirmei bastante coisas que já sabia, aprendi termologias específicas e tive a oportunidade de organizar umasérie de eventos ao longo dos meses de curso. Muito bom, but didn’t spark joy.
Foi só em 2020 que eu resolvi tomar vergonha na cara e me jogar na direção da carreira que eu sempre quis e nunca arrisquei: teatro. Eu sou apaixonada por teatro, especificamente musicais, especificamente contrarregra, mas nunca fui atrás porque... Sei lá. Porque achei que não conseguiria. Porque estava acomodada. Realmente não sei.
Para 2022, meus dois principais objetivos são viajar para a Coreia, porque é o 3º ano que estou tentando, e fazer um curso de teatro mais focado em produção. No mundo perfeito, eu conseguiria fazer os dois conseguindo cursar produção de teatro na KArts. Na realidade atual, pandêmica, imprevisível e financeiramente estável, eu sinto que preciso de um plano B um pouco mais baixo, um curso de teatro aqui no Brasil mesmo, mas focado emprodução – nada contra, mas meu lugar nunca foi exatamente em cima dos palcos.
E eu sinceramente acho que o primeiro passo é justamente esse: parar de enrolar e decidir correr atrás.
sexta-feira, 28 de janeiro de 2022
sexta-feira, 21 de janeiro de 2022
Fly With Me
Lá em 2009, quando eu criei esse blog para uma aula da faculdade, confesso, o nome foi escolhido meio às pressas, usando uma música que eu curtia dos Jonas Brothers (que literalmente chama Fly With Me e que eu gosto, outra confissão, porque o refrão inclui Peter Pan, "Peter Pan and Wendy turned out fine, so won't you fly with me?"), com cinco posts feitos meio nas coxas porque precisava de cinco posts para completar o trabalho.
Inclusive, os dois primeiros e o quinto post seguem online: um de abertura meio sem pé nem cabeça com título de uma música de High School Musical, um review de This Is It e um post meio perdido que continha um podcast, mas que há muito só tem um link quebrado porque o site saiu do ar. xD Sim, eu já gravei um podcast. Bons tempos, bons tempos.
O ponto aqui é que eu não pensei muito sobre o nome, achei bonitinho e ficou, assim como o endereço nada mais é que o apelido que a Ninha me deu uns 14 anos atrás - Lilymon. Eu criei alguns motivos, que dá pra ver no link ali do lado, mas a verdade é que eles são mais estórias e menos histórias.
Enquanto eu estou aqui, fazendo alguns nadas na quarentena, aproveitei para fazer aquela reflexão sobre onde estou, de onde vim e onde quero chegar. Sendo beeeem sincera, eu sinto que bons anos da minha vida foram meio à passeio. Eu não tinha realmente objetivos, estava cercada por algumas poucas pessoas que me incentivavam - meus pais, minha irmã, alguns amigos - e muitos colegas e conhecidos que ou estavam mais perdidos que eu, ou estavam ali só para me puxar para baixo quando eu falava sobre um dos caminhos que eu queria seguir.
A Luísa de 12 anos desistiu de algumas idéias e planos pelo caminho que a Luísa de 32 se arrepende bastante. O intercâmbio que eu queria fazer e não fiz, o curso que eu queria fazer e não fiz, a carreira que eu queria seguir e não segui.
Well, a Luísa de 32 não quer repetir o passado, então estou aproveitando - perdão o gerundismo, mas eu literalmente ainda estou na quarentena, sem data para sair - o tempo off para pesquisar as possibilidades do que fazer quando sair. Quando meu contrato acabar, especificamente. Lucky me, eu trouxe uma agenda para anotar tudo. xD
Anyway, o motivo desse post, além do clássico brain-dump no meio da madrugada, é para registrar o começo dessa jornada. Eu sempre ouvi as histórias de quem mudou de carreira e começou a perseguir os próprios sonhos depois dos 30, well, chegou a minha vez!
Eu não acredito muito no role de lei da atração e tal, mas curto escrever meus pensamentos, objetivos e registrar o caminho - seja para olhar o quanto as coisas mudaram (ou não) com o passar dos anos, seja para tirar as coisas da minha cabeça e colocar num lugar que eu veja e foque quando precisar. A minha épica lista de 101 Coisas em 1001 Dias nunca foi completa, mas eu aprendi bastante olhando para ela ao longo do tempo: alguns itens eu olhei depois e me perguntei porque tinha escrito, to begin with, enquanto outros foram arquivados para um momento mais oportuno. Ela também me ensinou sobre planejamento e pés no chão - não adianta nada fazer uma lista de 101 coisas, colocar 20 viagens, 30 must-buys e 4 cursos de dois anos cada, ciente de que não tenho uma renda fixa e que a lista é para ser cumprida em 1001 dias. É pedir para fracassar.
Living and learning, próximo post será justamente com os objetivos para o futuro próximo. ;)
AH! E o que os primeiros parágrafos têm a ver com os últimos: agora sim, voe comigo atrás desses planos e sonhos. :D
segunda-feira, 10 de janeiro de 2022
New Year
Sabe aquele negócio de recomeçar no ano novo? Minha virada de 2021 para 2022 foi tão caótica que eu nem pensei nisso. Pela primeira vez em muitos anos,eu não comemorei de verdade uma mudança de ano. Não fiz metas, nem pensei em resoluções, olhar para trás e analisar o ano que passou, então, não pensei nisso até esse presente momento, para ser sincera.
Pela primeira vez em todos os 31 anos de vida – ou todos que eu consigo pensar -, eu passei a virada de ano longe da família. Trabalhei até 23h54 do dia 31/12 e subi correndo para o open deck para ver os fogos de artifício com uma amiga, e foi... Estranho. O mesmo vale para o Natal, que pareceu chegar muito mais rápido que nos anos anteriores.
Foram experiências únicas à própria maneira: primeira vez passando Natal e ano novo longe da família, primeira vez assistindo ao vivo aos fogos de Copacabana, primeira vez passando o Natal com amigos que parece que conheço há anos, mas que conheci há três meses, e primeira vez passando meu aniversário sozinha. Y’know, fisicamente sozinha.
Durante esse dez de janeiro, estou no terceiro dia de quarentena – melhor isolada e saudável que covidada, é o que eu sempre digo -, e aproveitei para falar com todo mundo que está próximo e isolado igual eu ou em terra, longe de mim, e para fazer tudo que sempre faço no ano novo.
Meus 31 seguiram meus 30 e me trataram muito bem. Eu gosto do que vejo quando olho para a Luísa de 31 anos. Ela não apenas aguentou firme durante a panemia e a recaída da depressão, mas reembarcou e seguiu firme mesmo nos dias em que ligou para a mãe chorando e falando que queria pedir sign off. Ela cresceu e amadureceu, mas não perdeu a empatia, a sensibilidade. Ela perdeu a paciência muitas vezes – mas, y’know, qual Luísa não perdeu a paciência? -, mas aprendeu que algumas mãos não valem a pena segurar, e que muitas coisas merecem só uma frase: foda-se. Desculpa o palavreado, mãe, mas é verdade, só um palavrão encaixa aqui.
Apesar de ter passado meu aniversário isolada, pude sentir o carinho das pessoas em cada ligação e em cada mensagem – que, em geral, não foram o genérico “feliz aniversário, tudo de bom” -,e minha auto-estima me permitiu acreditar nelas, algo que nem sempre acontece. Obrigada, Luísa de 31 anos, por mais esse crescimento.
Eu estou aproveitando essa quarentena para colocar no papel os planos e desejos que sempre estiveram só na minha cabeça, tentando deixá-los mais ao meu alcance com uma boa pesquisa no mundo real, refinando tudo. Para 2022, meu main goal é minha viagem para a Coreia e a mudança da área de trabalho. Só. “Só”.
Para a Luísa de 32 anos, eu desejo paciência, resiliência e fé. 2021 me mostrou que, muitas vezes, o que eu quero nem sempre é a melhor das opções, e meu anjo da guarda sempre está mais atento que eu mesma.
Obrigada, 2021 e Luísa de 31 anos pelas memórias e pelos aprendizados. Here’s to 2022 and to Luísa de 32 anos.
Pela primeira vez em todos os 31 anos de vida – ou todos que eu consigo pensar -, eu passei a virada de ano longe da família. Trabalhei até 23h54 do dia 31/12 e subi correndo para o open deck para ver os fogos de artifício com uma amiga, e foi... Estranho. O mesmo vale para o Natal, que pareceu chegar muito mais rápido que nos anos anteriores.
Foram experiências únicas à própria maneira: primeira vez passando Natal e ano novo longe da família, primeira vez assistindo ao vivo aos fogos de Copacabana, primeira vez passando o Natal com amigos que parece que conheço há anos, mas que conheci há três meses, e primeira vez passando meu aniversário sozinha. Y’know, fisicamente sozinha.
Durante esse dez de janeiro, estou no terceiro dia de quarentena – melhor isolada e saudável que covidada, é o que eu sempre digo -, e aproveitei para falar com todo mundo que está próximo e isolado igual eu ou em terra, longe de mim, e para fazer tudo que sempre faço no ano novo.
Meus 31 seguiram meus 30 e me trataram muito bem. Eu gosto do que vejo quando olho para a Luísa de 31 anos. Ela não apenas aguentou firme durante a panemia e a recaída da depressão, mas reembarcou e seguiu firme mesmo nos dias em que ligou para a mãe chorando e falando que queria pedir sign off. Ela cresceu e amadureceu, mas não perdeu a empatia, a sensibilidade. Ela perdeu a paciência muitas vezes – mas, y’know, qual Luísa não perdeu a paciência? -, mas aprendeu que algumas mãos não valem a pena segurar, e que muitas coisas merecem só uma frase: foda-se. Desculpa o palavreado, mãe, mas é verdade, só um palavrão encaixa aqui.
Apesar de ter passado meu aniversário isolada, pude sentir o carinho das pessoas em cada ligação e em cada mensagem – que, em geral, não foram o genérico “feliz aniversário, tudo de bom” -,e minha auto-estima me permitiu acreditar nelas, algo que nem sempre acontece. Obrigada, Luísa de 31 anos, por mais esse crescimento.
Eu estou aproveitando essa quarentena para colocar no papel os planos e desejos que sempre estiveram só na minha cabeça, tentando deixá-los mais ao meu alcance com uma boa pesquisa no mundo real, refinando tudo. Para 2022, meu main goal é minha viagem para a Coreia e a mudança da área de trabalho. Só. “Só”.
Para a Luísa de 32 anos, eu desejo paciência, resiliência e fé. 2021 me mostrou que, muitas vezes, o que eu quero nem sempre é a melhor das opções, e meu anjo da guarda sempre está mais atento que eu mesma.
Obrigada, 2021 e Luísa de 31 anos pelas memórias e pelos aprendizados. Here’s to 2022 and to Luísa de 32 anos.
sexta-feira, 13 de agosto de 2021
Athena
Saímos de lá com tudo que a moça julgou util para donas de primeira viagem: caixinha de areia, comida, um brinquedo aleatório, uma caixinha de transporte fofa e nada prática (de espuma, com um colchão e portas teladas que a Athena destruiu em dois meses), pote de água e comida, até ganhamos (?) a pá pra limpar a caixinha de areia. Chegando em casa, porém, vimos o email dizendo que a Gaia já tinha sido adotada.
Em algum momento dessa bagunça, a gente contou, ou minha mãe descobriu, os planos de adotar um gato. Sim, meu eu de 15 ou 16 anos e minha irmã de 11 ou 12 íamos adotar um gato sem contar pros pais. Brilhante, devo dizer.
Minha mãe resolveu que não adiantava brigar - quase 200 reais já tinham ido nas compras pro gato - e levou a gente na zoonoses perto de casa para olhar os animais para adoção. Fomos direto pra área de gatos, e eu lembro que estava bem vazia até, tinha uma gata adulta e uns três ou quatro filhotes disponíveis - actually, o primeiro que minha irmã queria estava "em espera" -, dois ou três machos e uma fêmea, coisa mais querida.
Menos de meia hora depois, a gente tava saindo de lá com uma gatinha tigrada, que estava com um laço vermelho no pescoço (cortesia do moço que atendeu a gente), agora chamada Athena, que resmungava de minuto em minuto e mudava de lado da caixinha de transporte pra tomar sol. Lá, deram a estimativa de que ela recém tinha completado um mês e meio de vida, e a gente nomeou 15 de novembro como aniversário dela.
Os primeiros meses foram... Interessantes. A gente foi aprendendo a ter uma gata de estimação e ela foi aprendendo a ser uma gata, pra começar. Ela não sabia subir e descer a escada, morria de medo de humanos, carros, barulhos altos em geral e quase não miava. De fato, ela começou com "au au". xD
Do nosso lado, aprendemos os lugares onde ela se escondia, as brincadeiras que ela fazia, do que tinha medo. Nos primeiros meses, ela se escondia dentro do sofá-cama, entrava no vão e ficava na caixa da base do sofá, e a gente não conseguia alcançar. Aprendemos também a deixar ela mais solta pela casa, como ela sempre sentia frio à noite e gostava de deitar e dormir encostando na gente, encolhidinha.
Nos 14 anos seguintes, Athena foi parte da família e a gente seguiu descobrindo características dela que eram puro amor, como o cuidado instintivo que ela tinha com partes sensíveis e criaturinhas delicadas - aka ela nunca arranhou rosto e nunca atacou crianças, não importa o quanto elas testaram a paciência da gata. Quando uma filhote surgiu na garagem, Athena não demonstrou o menor afeto, mas aguentou pacientemente a gatinha miniatura pulando em cima dela, atacando o rabo, seguindo pra cima e pra baixo - e o medo de ficar sozinha na garagem (ela sempre achava que ia ser presa do lado de fora, poor little thing).
Ela também tinha medo de chuva e da nossa calopsita, um amor enorme por livros (quando eu tive que montar pilhas de livros pelo quarto porque estava literalmente chovendo em cima da estante, ela adorava sentar perto, e esse ano pegou a mania de dormir nas duas primeiras prateleiras da estante) e um costume estranho de roubar pedaços de carne e ficar rosnano pra eles (?). Ela nunca comia, só roubava e ficava rosnando mesmo.Aliás, ela detestava carne vermelha, adorava roubar e comer tomates.
Foi com uns dois ou três anos que ela conseguiu o primeiro grande estrago, pulando em cima da televisão para alcanár o topo do guarda-roupa e lançando a televisão pro chão. A TV virou pó, a gata a gente ficou uns 40 minutos procurando, ^^' Estava segura, mas bem assustada.
Ainda nos primeiros meses, quando a gente ainda achava que tinha que levar ela pra tomar banho em intervalos curtos e regulares, Athena, então filhote, foi expulsa de três pet shops porque era arisca e se recusava a sair (por bem ou por mal) da caixinha de transporte. Reza a lenda que ela arranhava todo mundo e uma vez até chamaram a gente pra tirar ela de dentro. Ela também não era fã e veterinários, mas todos os que atenderam nos últimos três ou quatro meses dela viraram fãs, teve um que segurou no colo a consulta inteira. xD
Infelizmente a idade e os problemas de saúde apareceram mais rápido do que a gente esperava. e, apesar dos cuidados, nossa gatinha virou estrelinha em dezembro/2020.
Eu sou muito grata por ter tido pouco mais de 14 anos com ela, por ter conseguido ficar com ela nos últimos meses e que ela foi muito bem cuidada até o último segundo. Faz quase um ano e eu ainda sinto uma saudade imensa da Athena, aquela saudade que você sabe que nunca vai passar. Eu só posso rezar para que ela esteja bem no céu dos gatinhos, tomando todo o sol que ela quiser, comendo frango, atum e tomates, bebendo água de fontes eternas.
Que ela tenha sido tão feliz com a gente quanto ela nos fez feliz. Que ela tenha sentido o carinho e amor que a gente sentiu e ainda sente por ela.
sexta-feira, 1 de janeiro de 2021
Resoluções de ano novo 2021
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Você faz resoluções de ano novo? Metas, goals and all that jazz?
Eu sempre fiz "metas" que consistiam em coisas que eu queria fazer... Na vida. Praticamente uma bucket list por ano, e acabava meio frustrada quando encontrava a lista de novo, porque não tinha lembrado de nada durante o ano e, por consequência, não tinha cumprido praicamente nada. As metas também eram gerais demais e, sinceramente, eu nunca alcançaria a maioria porque não tinha como dizer quando tinha chegado lá - tipo se eu escrever "emagrecer", que diabos consistiria "emagrecer"? Perder um quilo é emagrecer, mas obivamente não era nisso que eu pensava quando escrevia.
Uns anos atrás, eu tentei fazer o 101 Coisas em 1001 Dias, e, olhando agora, esse erro rolou lá também, e foi só em 2020 que eu aprendi a fazer metas que eu conseguisse cumprir, de acordo com os planos e o "andar da carruagem" do ano anterior. Então, com base no ano de 2020, dos planos e promessas para 2021, eis minhas resoluções de ano novo:
- sair de casa, porque eu estou com 30 anos nas costas e sinto que está mais do que na hora.
- começar o ballet, porque é um sonho antigo que dá pra realizar esse ano.
- aprender coreano, falta foco e dedicação, er.
- viajar para a Coréia do Sul, o maior planos para 2020, até a pandemia dar as caras e ferrar com tudo.
- comprar os álbuns antigo do BTS, que anda junto com a viagem, eu estou com a lista pronta e todo o planejamento para comprar os CDs lá.
em poucas palavras, minhas resoluções de ano novo consistem, na maioria, nas resoluções de 2020, mas com melhor planejamento. E eu poderia encher uma lista de sonhos - tipo aprender a desenhar, aprender francês, ir para New York de novo, passar um fim de semana na praia, mas... Eu dificilmente atingiria todas, então a idéia aqui é cumprir essas e tentar encaixar outros sonhos no caminho. Viajar para a Coréia e conseguir meu próprio apartamento parecem planos grandes o bastante para 365 dias.
& that's it! Welcome, 2021!
Eu sempre fiz "metas" que consistiam em coisas que eu queria fazer... Na vida. Praticamente uma bucket list por ano, e acabava meio frustrada quando encontrava a lista de novo, porque não tinha lembrado de nada durante o ano e, por consequência, não tinha cumprido praicamente nada. As metas também eram gerais demais e, sinceramente, eu nunca alcançaria a maioria porque não tinha como dizer quando tinha chegado lá - tipo se eu escrever "emagrecer", que diabos consistiria "emagrecer"? Perder um quilo é emagrecer, mas obivamente não era nisso que eu pensava quando escrevia.
Uns anos atrás, eu tentei fazer o 101 Coisas em 1001 Dias, e, olhando agora, esse erro rolou lá também, e foi só em 2020 que eu aprendi a fazer metas que eu conseguisse cumprir, de acordo com os planos e o "andar da carruagem" do ano anterior. Então, com base no ano de 2020, dos planos e promessas para 2021, eis minhas resoluções de ano novo:
- sair de casa, porque eu estou com 30 anos nas costas e sinto que está mais do que na hora.
- começar o ballet, porque é um sonho antigo que dá pra realizar esse ano.
- aprender coreano, falta foco e dedicação, er.
- viajar para a Coréia do Sul, o maior planos para 2020, até a pandemia dar as caras e ferrar com tudo.
- comprar os álbuns antigo do BTS, que anda junto com a viagem, eu estou com a lista pronta e todo o planejamento para comprar os CDs lá.
em poucas palavras, minhas resoluções de ano novo consistem, na maioria, nas resoluções de 2020, mas com melhor planejamento. E eu poderia encher uma lista de sonhos - tipo aprender a desenhar, aprender francês, ir para New York de novo, passar um fim de semana na praia, mas... Eu dificilmente atingiria todas, então a idéia aqui é cumprir essas e tentar encaixar outros sonhos no caminho. Viajar para a Coréia e conseguir meu próprio apartamento parecem planos grandes o bastante para 365 dias.
& that's it! Welcome, 2021!
quinta-feira, 31 de dezembro de 2020
2020
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revisando ano
2020 foi... Um ano diferente.
Para mim, começou muito bem, com um trabalho que eu semore quis, conhecendo novos lugares, com novas experiências, belas paisagens, ganhando bem e fazendo mil planos. Como muita gente, eu tive que esquecer esses planos e tentar algo on the go, enquanto refazia tudo.
Lá em janeiro, eu embarquei para realizar o sonho diferente que é trabalhar num cruzeiro, que, aliás, foi mais ou menos o que eu esperava, e para juntar dinheiro e fazer a tal sonhada viagem para a Coréia, que já estava bem planejadinha. Tudo correu bem até março, quando o surto virou pandemia e os países começaram a fechar enquanto, por aqui, as pessoas aparentemente começavam a entender a dimensão do problema. Tem quem diga que não sabia e não tinha como prever, mas é só olhar os registros para ver o pesadelo se formando lentamente desde dezembro passado.
No navio, estávamos praticamente entre a cruz e a espada - você fica no seu país, onde o covid-19 está dando as caras e os números começaram a crescer, ou você segue no schedule de aportar na Europa, onde os números já estavam assustadores?
Acabamos desembarcando em Portugal, do navio direto para o ônibus, do ônibus direto para o avião, de Lisboa direto para São Paulo, do aeroporto direto para a quarentena em casa. De março para cá, o ano rendeu pesadelos para os próximos anos: de sonhar que tinha saído sem máscara e fui parar no meio de uma multidão a sonhar que visitava algum parente e depois recebia a notícia de que a pessoa estava internada em estado grave, tive de tudo.
No mundo real, não creio ter tido covid-19, ou ao menos não tive sintomas suspeitos e ninguém aqui de casa que fez testou positivo, mas é difícil dizer até onde isso é boa notícia. É frustrante quando você fica sete meses em quarentena, tem amigos e parentes que precisam sair e trabalhar (seja porque são "trabalhadores essenciais", seja porque são obrigados pelos chefes mesmo), vê todos os cuidados que estão tomando, mas também vê um povo que acha que covid-19 é uma mentira ou "todo mundo vai pegar uma hora ou outra mesmo". É frustrante sair o tempo todo de máscara e evitar aglomerações, e ver gente que põe a máscara para entrar onde só pode entrar de máscara, e tirar logo que pisa na rua.
Acontece todo ano, mas 2020 especialmente levou muita gente, entre conhecidos e desconhecidos. Por aqui, seguiamos até que bem, com um saldo de perdas até que baixo, até dezembro dar o ar da graça. 2020 levou o pai do meu melhor amigo, a mãe de uma amiga, a mãe de outro amigo, o irmão de um conhecido querido, um tio-avô meu, um amigo do meu pai, um amor da minha avó. Dezembro, especificamente, levou uma das minhas estrelinhas, que agora brilha no céu dos gatinhos.
Perder a Athena me levou de volta para março, quando eu cheguei em São Paulo ainda meio desnorteada, porque achava que ficaria no navio até agosto e passaria em São Paulo só para entregar os presentes e trocar a roupa da mala antes de passar dois meses na Coreia do Sul. Parte de mim agradece muito por ter voltado e passado os últimos nove meses de vida dela aqui, com ela. Também sinto que a quarentena me fez valorizar muito mais os momentos (virtuais ou reais) com os amigos, depois que os dois meses no cruzeiro me ensinaram o que é a saudade de verdade.
Setembro me trouxe um emprego novo, que me mostrou que me lembrou que existem ótimos chefes no mercado, equipes podem ser boas e funcionar sem ninguém querer o lugar de ninguém e que, mais do que aprender com cada novo emprego, eu tenho experiência sim para ensinar, eu posso ser mais confiante nisso.
Por fim, o fim do ano em distanciamento social me trouxe um dos melhores natais que tive provavelmente desde que ainda acreditava em Papai Noel, caalmo e tranquilo como eu precisava e não sabia.
Então, com um fôlego que eu não imaginava que ganharia, seguimos para 2021 de uma forma muito melhor do que eu esperava quando as coisas começara a desabar lá em março. De fato, é surpreendente que hoje seja dia 31 de dezembro, porque o ano realmente pareceu ter uns oito anos escondidos entre os 12 meses.
Here's to you and here's to me. Que 2021 seja melhor, mas que as lições que 2020 trouxe não sejam deixadas em 2020 - principalmente aquela em que a gente valoriza mais a vida e as pessoas amadas.
Para mim, começou muito bem, com um trabalho que eu semore quis, conhecendo novos lugares, com novas experiências, belas paisagens, ganhando bem e fazendo mil planos. Como muita gente, eu tive que esquecer esses planos e tentar algo on the go, enquanto refazia tudo.
Lá em janeiro, eu embarquei para realizar o sonho diferente que é trabalhar num cruzeiro, que, aliás, foi mais ou menos o que eu esperava, e para juntar dinheiro e fazer a tal sonhada viagem para a Coréia, que já estava bem planejadinha. Tudo correu bem até março, quando o surto virou pandemia e os países começaram a fechar enquanto, por aqui, as pessoas aparentemente começavam a entender a dimensão do problema. Tem quem diga que não sabia e não tinha como prever, mas é só olhar os registros para ver o pesadelo se formando lentamente desde dezembro passado.
No navio, estávamos praticamente entre a cruz e a espada - você fica no seu país, onde o covid-19 está dando as caras e os números começaram a crescer, ou você segue no schedule de aportar na Europa, onde os números já estavam assustadores?
Acabamos desembarcando em Portugal, do navio direto para o ônibus, do ônibus direto para o avião, de Lisboa direto para São Paulo, do aeroporto direto para a quarentena em casa. De março para cá, o ano rendeu pesadelos para os próximos anos: de sonhar que tinha saído sem máscara e fui parar no meio de uma multidão a sonhar que visitava algum parente e depois recebia a notícia de que a pessoa estava internada em estado grave, tive de tudo.
No mundo real, não creio ter tido covid-19, ou ao menos não tive sintomas suspeitos e ninguém aqui de casa que fez testou positivo, mas é difícil dizer até onde isso é boa notícia. É frustrante quando você fica sete meses em quarentena, tem amigos e parentes que precisam sair e trabalhar (seja porque são "trabalhadores essenciais", seja porque são obrigados pelos chefes mesmo), vê todos os cuidados que estão tomando, mas também vê um povo que acha que covid-19 é uma mentira ou "todo mundo vai pegar uma hora ou outra mesmo". É frustrante sair o tempo todo de máscara e evitar aglomerações, e ver gente que põe a máscara para entrar onde só pode entrar de máscara, e tirar logo que pisa na rua.
Acontece todo ano, mas 2020 especialmente levou muita gente, entre conhecidos e desconhecidos. Por aqui, seguiamos até que bem, com um saldo de perdas até que baixo, até dezembro dar o ar da graça. 2020 levou o pai do meu melhor amigo, a mãe de uma amiga, a mãe de outro amigo, o irmão de um conhecido querido, um tio-avô meu, um amigo do meu pai, um amor da minha avó. Dezembro, especificamente, levou uma das minhas estrelinhas, que agora brilha no céu dos gatinhos.
Perder a Athena me levou de volta para março, quando eu cheguei em São Paulo ainda meio desnorteada, porque achava que ficaria no navio até agosto e passaria em São Paulo só para entregar os presentes e trocar a roupa da mala antes de passar dois meses na Coreia do Sul. Parte de mim agradece muito por ter voltado e passado os últimos nove meses de vida dela aqui, com ela. Também sinto que a quarentena me fez valorizar muito mais os momentos (virtuais ou reais) com os amigos, depois que os dois meses no cruzeiro me ensinaram o que é a saudade de verdade.
Setembro me trouxe um emprego novo, que me mostrou que me lembrou que existem ótimos chefes no mercado, equipes podem ser boas e funcionar sem ninguém querer o lugar de ninguém e que, mais do que aprender com cada novo emprego, eu tenho experiência sim para ensinar, eu posso ser mais confiante nisso.
Por fim, o fim do ano em distanciamento social me trouxe um dos melhores natais que tive provavelmente desde que ainda acreditava em Papai Noel, caalmo e tranquilo como eu precisava e não sabia.
Então, com um fôlego que eu não imaginava que ganharia, seguimos para 2021 de uma forma muito melhor do que eu esperava quando as coisas começara a desabar lá em março. De fato, é surpreendente que hoje seja dia 31 de dezembro, porque o ano realmente pareceu ter uns oito anos escondidos entre os 12 meses.
Here's to you and here's to me. Que 2021 seja melhor, mas que as lições que 2020 trouxe não sejam deixadas em 2020 - principalmente aquela em que a gente valoriza mais a vida e as pessoas amadas.
sexta-feira, 18 de setembro de 2020
BlingBling
Soooo... Quando eu comecei a escrever o post sobre minha jornada como shawol, esse post era pra ser o segundo. De fato, aquele post existe como introdução pra esse, porque é setembro amarelo e eu queria falar sobre - aliás, eu espero não estar deprimindo ninguém com esses posts, er. ^^'
Ou com o excesso de posts sobre o SHINee, er
Quando eu via o SHINee, eu achava que o Jonghyun era o líder do grupo. Depois descobri que não, ele não era. xD Onew é o mais velho e o líder, Jonghyun é "só" extrovertido, falante, carismático, geralmente no meio quando o grupo se organizava para fotos e entrevistas. Ele também não era o dançarino principal, apesar de dançar incrivelmente bem, mas dividia o posto de vocalista principal com o Onew, algo justo para a pessoa com a voz mais bonita que já ouvi, com um controle muito bom mesmo quando estava dançando.
(aliás, eu amo a coreografia "espelhada" de Excuse Me Miss do Taemin com o Jonghyun, e sim, eles estão cantando ao vivo)
Kim Jonghyun nasceu em 8 de abril de 1990, e é um dos idols que cresceu numa família pobre. Ele chegou a largar a escola para se dedicar à carreira de músico, mas eventualmente se formou, frequentou a faculdade e fez um mestrado com foco em estudos de música.
Ele debutou sob a SM, no SHINee, dia 25 de maio de 2008, aos 18 anos, depois de três anos de trainee. Já no ano seguinte, ele escreveu a letra (com o Minho) de uma das músicas do grupo, Juliette (que foi single promocional premiado no segundo miniálbum dos meninos), e dá pra dizer que esse foi o começo de uma brilhante carreira de sucesso.
Pelos oito anos seguintes, Jonghyun escreveu, compôs, produziu e participou do processo de criação de dezenas de músicas não só para o SHINee e para a SM, mas para artistas de outras gravadoras também. Ele dizia que a música é como contar histórias, e os cantores devem ser capazes de contar histórias com a qual o público se identifique, através de letra e melodia.
Pelo amor pela música, Jonghyun foi convidado para ser apresentador do programa de rádio Blue Night, da MBC, cujo objetivo, segundo ele, era criar um espaço one ele e as pessoas pudessem descansar, independente de onde estivessem fisicamente. Durante os três anos de programa (ele precisou sair em abril de 2017, porque os compromissos do SHINee deixaram a rotina muito apertada para ele seguir equilibrando os dois trabalhos), as pessoas tiveram a oportunidade - e, honestamente, ainda tem, os programas estão todos na internet para serem ouvidos - de conhecer a pessoa por trás da imagem de idol.
Jonghyun contava anedotas do próprio cotidiano, lia histórias dos ouvintes, comentava, aconselhava, compartilhava músicas compostas a partir dessas histórias, e entrevistava convidados. Turns out que ele era um ótimo entrevistador, não se prendendo às perguntas clichês, tentando deixar a pessoa à vontade e incentivando que ela promovesse o próprio trabalho sem pesar muito a mão.
Ele também nunca fugiu de falar sobre a depressão - e usou a experiência dele para aconselhar pessoas não só que estão passando pela mesma situação, mas para quem convive com depressivos -, contando como ele sempre foi muito afetado pelo clima, ficando mais depressivo durante outono e inverno, e falar "se anima" não é algo que ajuda, embora as pessoas tenham a tendência de achar que é a melhor coisa a fazer. Além do Blue Night, ele também participou algumas vezes do programa Hello, Counselour, e foi um dos melhores convidados, participativo e compreensivo como poucos.
Uma das histórias que ele contou no Hello, Counselor que marcou foi que a mãe dele, que teve uma escolinha de jardim da infância, tratava ele como bebê mesmo depois dos 20 anos, "meu filhinho amado já comeu hoje? Meu Jonghyun está com fome?". No Blue Night, ele comentou que, ao invés de perguntar se estava tudo bem quando ele ficava mais sensível durante o outono/inverno, ela cozinhava todas as comidas preferidas dele, e ele achava isso muito mais efetivo do que ouvir a mesma pergunta de sempre. Aliás, é bonito ver como ele sempre falava da mãe dele, a primeira coisa que ele falou quando pegou o microfone, depois de ganhar o primeiro prêmio de Artista do Ano com o SHINee, foi "mãe, eu te amo". Ele também era um amor com a irmã mais velha, de quem ele falava de um jeito tão protetor que por um bom tempo eu achei que era irmã mais nova. xD
Em novembro/2015, ele publicou o livro Skeleton Flower: Things That Have Been Released and Set Free, onde contou a história por trás de doze músicas escritas por ele, e além da escrita incrível, o livro dá outro relance do que se passava na cabeça do Jonghyun, a emoção presente na natureza sensível dele - inclusive com frases bem pesadas, como "nunca, nem em seus sonhos, ele pensou que enfrentaria tamanha tristeza". Nas palavras dele, o objetivo do livro era contar as histórias das músicas que ele escreveu usando outra cor, mas dá ao leitor a chance de aprender mais sobre o artista, e transmite bem o amor dele pela música.
Entre todos esses trabalhos, Jonghyun ainda lançou quatro albuns solos - sendo que o último foi lançado póstumo -, yet again outra forma de conhecer o artista, com músicas que vão do pop animainho ao soul, passando por uma variedade de gêneros. No geral, um trabalho muito elogiado que vale a pena conferir - principalmente porque, pra mim, a voz do Jonghyun segue sendo uma das mais bonitas ever -, por aqui recomendo End of the Day, She Is e Shinin', além de Before Our Spring, aí em cima. ;)
Jonghyun, como muitos idols conseguem fazer e nenhum fã consegue entender, tinha uma dualidade difícil de acompanhar. O carinha fofo e meio palhaço, que ria e brincava, virava o carinha sexy e/ou sério quando a música começava. Isso rendeu, pra gente, ótimos vídeos, meu preferido sendo esse curtinho dele falando "Blingbling is Jonghyun". xD Mas ele também participou do SNL Korea, do Knowing Brothers/Ask Anything (aliás, we stan como todos falando que Irene é a mais bonita entre os girl groups, e Jonghyun "ela tem uma ótima voz também"), com e sem os meninos do SHINee. Para o outro lado da dualidade, duas palavras: Internet War. You're welcome.
Dia 18 de dezembro de 2017, Jonghyun foi encontrado inconsciente num apartamento alugado, levado ao hospital, mas não resistiu. Alguns amigos e familiares receberam mensagens dele naquele dia de inverno falando que ele estava cansado e quebrado, para por favor o deixarem ir e dizerem que ele fez um bom trabalho. Todo esse post, até aqui, foi para mostrar que Jonghyun não se resume a um depressivo suicída. Ele foi, e ainda é, muito mais do que isso, e eu queria deixar isso bem claro. Foram 28 anos de trabalho brilhante e um legado que marcou - ele foi um dos primeiros idols a se envolverem com a criação da músicas que apresentavam, fez parte do já lendário SHINee, e brilhou por conta própria também. Durante 28 anos, ele lutou com os próprio demônios e, para nossa sorte, ganhou, até chegar ao limite, então nada mais justo do que celebrar a vida ao invés de focar na morte.
Setembro amarelo é sobre conscientizar e combater suicídio e incentivar uma vida mentalmente saudável, mas é preciso lembrar que ninguém se resume à própria doença, e Jonghyun é um grande exemplo disso. Ele era sensível, chorava fácil com tudo, mas usava essa sensibilidade nas artes de uma forma brilhante, e tinha bons momentos, paixões e muito, muito talento bem utilizado.
Eu sou muito grata aos meninos do SHINee por fazerem os shows no Japão dois meses depois da morte do Jonghyun - foi um tributo misturado com despedida, a última vez ouvindo a voz dele nos shows -, por fazerem o Story of Light e dedicarem o terceiro comeback a ele (Our Page, que você pode ver no vídeo abaixo), e por terem incluído a voz dele numa última música, upbeat (Lock You Down). É como se eu tivesse a chance de me despedir do bias que eu não pude conhecer antes.
Ah! Também em homenagem a ele, foi criada a Shiny Foundation, organização cujo objetivo é apoiar jovens artistas. Aliás, a SM lançou uma versão de End of the Day tocada pela orquestra filarmônica de Seoul, e os ganhos com visualizações do vídeo vão para a Shiny Foundation, então, se tiver 4min52 livres, clica aqui, assista e contribua. ^^
Quando eu via o SHINee, eu achava que o Jonghyun era o líder do grupo. Depois descobri que não, ele não era. xD Onew é o mais velho e o líder, Jonghyun é "só" extrovertido, falante, carismático, geralmente no meio quando o grupo se organizava para fotos e entrevistas. Ele também não era o dançarino principal, apesar de dançar incrivelmente bem, mas dividia o posto de vocalista principal com o Onew, algo justo para a pessoa com a voz mais bonita que já ouvi, com um controle muito bom mesmo quando estava dançando.
(aliás, eu amo a coreografia "espelhada" de Excuse Me Miss do Taemin com o Jonghyun, e sim, eles estão cantando ao vivo)
Kim Jonghyun nasceu em 8 de abril de 1990, e é um dos idols que cresceu numa família pobre. Ele chegou a largar a escola para se dedicar à carreira de músico, mas eventualmente se formou, frequentou a faculdade e fez um mestrado com foco em estudos de música.
Ele debutou sob a SM, no SHINee, dia 25 de maio de 2008, aos 18 anos, depois de três anos de trainee. Já no ano seguinte, ele escreveu a letra (com o Minho) de uma das músicas do grupo, Juliette (que foi single promocional premiado no segundo miniálbum dos meninos), e dá pra dizer que esse foi o começo de uma brilhante carreira de sucesso.
Pelos oito anos seguintes, Jonghyun escreveu, compôs, produziu e participou do processo de criação de dezenas de músicas não só para o SHINee e para a SM, mas para artistas de outras gravadoras também. Ele dizia que a música é como contar histórias, e os cantores devem ser capazes de contar histórias com a qual o público se identifique, através de letra e melodia.
Pelo amor pela música, Jonghyun foi convidado para ser apresentador do programa de rádio Blue Night, da MBC, cujo objetivo, segundo ele, era criar um espaço one ele e as pessoas pudessem descansar, independente de onde estivessem fisicamente. Durante os três anos de programa (ele precisou sair em abril de 2017, porque os compromissos do SHINee deixaram a rotina muito apertada para ele seguir equilibrando os dois trabalhos), as pessoas tiveram a oportunidade - e, honestamente, ainda tem, os programas estão todos na internet para serem ouvidos - de conhecer a pessoa por trás da imagem de idol.
Jonghyun contava anedotas do próprio cotidiano, lia histórias dos ouvintes, comentava, aconselhava, compartilhava músicas compostas a partir dessas histórias, e entrevistava convidados. Turns out que ele era um ótimo entrevistador, não se prendendo às perguntas clichês, tentando deixar a pessoa à vontade e incentivando que ela promovesse o próprio trabalho sem pesar muito a mão.
Ele também nunca fugiu de falar sobre a depressão - e usou a experiência dele para aconselhar pessoas não só que estão passando pela mesma situação, mas para quem convive com depressivos -, contando como ele sempre foi muito afetado pelo clima, ficando mais depressivo durante outono e inverno, e falar "se anima" não é algo que ajuda, embora as pessoas tenham a tendência de achar que é a melhor coisa a fazer. Além do Blue Night, ele também participou algumas vezes do programa Hello, Counselour, e foi um dos melhores convidados, participativo e compreensivo como poucos.
Uma das histórias que ele contou no Hello, Counselor que marcou foi que a mãe dele, que teve uma escolinha de jardim da infância, tratava ele como bebê mesmo depois dos 20 anos, "meu filhinho amado já comeu hoje? Meu Jonghyun está com fome?". No Blue Night, ele comentou que, ao invés de perguntar se estava tudo bem quando ele ficava mais sensível durante o outono/inverno, ela cozinhava todas as comidas preferidas dele, e ele achava isso muito mais efetivo do que ouvir a mesma pergunta de sempre. Aliás, é bonito ver como ele sempre falava da mãe dele, a primeira coisa que ele falou quando pegou o microfone, depois de ganhar o primeiro prêmio de Artista do Ano com o SHINee, foi "mãe, eu te amo". Ele também era um amor com a irmã mais velha, de quem ele falava de um jeito tão protetor que por um bom tempo eu achei que era irmã mais nova. xD
Em novembro/2015, ele publicou o livro Skeleton Flower: Things That Have Been Released and Set Free, onde contou a história por trás de doze músicas escritas por ele, e além da escrita incrível, o livro dá outro relance do que se passava na cabeça do Jonghyun, a emoção presente na natureza sensível dele - inclusive com frases bem pesadas, como "nunca, nem em seus sonhos, ele pensou que enfrentaria tamanha tristeza". Nas palavras dele, o objetivo do livro era contar as histórias das músicas que ele escreveu usando outra cor, mas dá ao leitor a chance de aprender mais sobre o artista, e transmite bem o amor dele pela música.
Entre todos esses trabalhos, Jonghyun ainda lançou quatro albuns solos - sendo que o último foi lançado póstumo -, yet again outra forma de conhecer o artista, com músicas que vão do pop animainho ao soul, passando por uma variedade de gêneros. No geral, um trabalho muito elogiado que vale a pena conferir - principalmente porque, pra mim, a voz do Jonghyun segue sendo uma das mais bonitas ever -, por aqui recomendo End of the Day, She Is e Shinin', além de Before Our Spring, aí em cima. ;)
Jonghyun, como muitos idols conseguem fazer e nenhum fã consegue entender, tinha uma dualidade difícil de acompanhar. O carinha fofo e meio palhaço, que ria e brincava, virava o carinha sexy e/ou sério quando a música começava. Isso rendeu, pra gente, ótimos vídeos, meu preferido sendo esse curtinho dele falando "Blingbling is Jonghyun". xD Mas ele também participou do SNL Korea, do Knowing Brothers/Ask Anything (aliás, we stan como todos falando que Irene é a mais bonita entre os girl groups, e Jonghyun "ela tem uma ótima voz também"), com e sem os meninos do SHINee. Para o outro lado da dualidade, duas palavras: Internet War. You're welcome.
Dia 18 de dezembro de 2017, Jonghyun foi encontrado inconsciente num apartamento alugado, levado ao hospital, mas não resistiu. Alguns amigos e familiares receberam mensagens dele naquele dia de inverno falando que ele estava cansado e quebrado, para por favor o deixarem ir e dizerem que ele fez um bom trabalho. Todo esse post, até aqui, foi para mostrar que Jonghyun não se resume a um depressivo suicída. Ele foi, e ainda é, muito mais do que isso, e eu queria deixar isso bem claro. Foram 28 anos de trabalho brilhante e um legado que marcou - ele foi um dos primeiros idols a se envolverem com a criação da músicas que apresentavam, fez parte do já lendário SHINee, e brilhou por conta própria também. Durante 28 anos, ele lutou com os próprio demônios e, para nossa sorte, ganhou, até chegar ao limite, então nada mais justo do que celebrar a vida ao invés de focar na morte.
Setembro amarelo é sobre conscientizar e combater suicídio e incentivar uma vida mentalmente saudável, mas é preciso lembrar que ninguém se resume à própria doença, e Jonghyun é um grande exemplo disso. Ele era sensível, chorava fácil com tudo, mas usava essa sensibilidade nas artes de uma forma brilhante, e tinha bons momentos, paixões e muito, muito talento bem utilizado.
Eu sou muito grata aos meninos do SHINee por fazerem os shows no Japão dois meses depois da morte do Jonghyun - foi um tributo misturado com despedida, a última vez ouvindo a voz dele nos shows -, por fazerem o Story of Light e dedicarem o terceiro comeback a ele (Our Page, que você pode ver no vídeo abaixo), e por terem incluído a voz dele numa última música, upbeat (Lock You Down). É como se eu tivesse a chance de me despedir do bias que eu não pude conhecer antes.
Ah! Também em homenagem a ele, foi criada a Shiny Foundation, organização cujo objetivo é apoiar jovens artistas. Aliás, a SM lançou uma versão de End of the Day tocada pela orquestra filarmônica de Seoul, e os ganhos com visualizações do vídeo vão para a Shiny Foundation, então, se tiver 4min52 livres, clica aqui, assista e contribua. ^^
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