quarta-feira, 26 de julho de 2017

[Lily talks] ;

”I will never know myself until I do this on my own
And I will never feel anything else
Until my wounds are healed
I will never be anything 'till I break away from me
I will break away, I'll find myself today”
Somewhere I Belong, Linkin Park


Falemos sobre algo diferente hoje. Falemos sobre música, Linkin Park, Chester Bennington, e... Eu.

Eu conheci o Linkin Park anos e anos atrás, como a maioria das pessoas da minha idade – através de Crawling e One Step Closer -, e uma das coisas que mais me atraiu na música da banda foi justamente a letra. Hybrid Theory e Meteora me levaram pelos anos de colégio. E é tão complicado falar sobre isso – sabe aquela pilha de coisas que você esconde num canto da sua mente e só lembra de empurrar mais e mais pro escuro, pra fingir que nem está ali? É tipo isso.

Os anos de colégio não são algo que lembro com tanto carinho. Como alguém com dificuldade de fazer – e manter – amigos, eu passei alguns intervalos sozinha, às vezes passava com pessoas que eu não sei até hoje se eram amigas ou só colegas. Como pessoa bem tímida e bem insegura, eu nunca tive certeza, sabe? Às vezes achava que eu que grudava nas pessoas pra não ficar sozinha, que era chata mesmo, pouco interessante, que era “aturada”. E eu nunca sabia exatamente o meu lugar, o que eu era e o que queria ser, mas sabia que não estava feliz... Sabe?

Crawling, Numb, Points of Authority, Somewhere I Belong, Breaking the Habit, From the Inside, Papercut, entre quase todas as outras, sempre fizeram boas descrições do que estava na minha cabeça. A Light That Never Comes foi o que me levou por 2016. “Night gets darkest right before dawn / What don't kill you makes you more strong” são lembretes que eu realmente precisava. Heavy, "it's not like I make the choice to let my mind stay so fucking messy", me deu uma bizarra impressão de normalidade em 2017.

Cada um sabe das próprias lutas, do que acontece aí dentro, mas as músicas do Linkin Park sempre fizeram com que eu me sentisse um pouco menos sozinha – tinha alguém, em algum lugar, que também se sentia assim, afinal. É legal, nas noites em que não consigo dormir ou acordo sem sono algum no meio da noite, não me sentir isolada no meio da negatividade que não é controlável (I mean, come on, alguém escolheria se sentir mal? Sentir que deve ter algo errado com você, que você simplesmente não consegue acertar?). E a verdade é que a música, e o Linkin Park, me salvaram muitas vezes nessas lutas que eu não sabia se podia ou conseguiria vencer. E não, essa não sou eu sendo dramática - aliás, bem pelo contrário, essa sou eu sendo sincera.

E é por isso que a morte do Chester é uma notícia tão absurdamente triste e dolorida: saber que o cara cujas músicas me salvaram – me impediram de cair de vez naquele buraco escuro da depressão – tinha perdido a própria batalha contra os próprios demônios.

E... Sei lá. Eu acho que só queria mesmo colocar isso tudo pra fora – como muita gente fez depois da notícia da morte do Chester e da publicação feita pela banda no site e no facebook. É um desabafo de várias coisas ao mesmo tempo, entre elas, aquela que menos recebeu atenção da última semana – o impacto dessa notícia em mim. O choro que eu não quero que fique preso, a minha forma preferida de superar – colocando pra fora.

That’s it. Fica aqui o meu muito obrigada ao Chester, pelas músicas, pelas interpretações e pela coragem – coragem de lutar por tanto tempo. Man, como sua voz vai fazer falta.

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