terça-feira, 19 de janeiro de 2016

#57 Lendo: Carry On

Sinopse: "Simon Snow is the worst chosen one who’s ever been chosen. That’s what his roommate, Baz, says. And Baz might be evil and a vampire and a complete git, but he’s probably right. Half the time, Simon can’t even make his wand work, and the other half, he sets something on fire. His mentor’s avoiding him, his girlfriend broke up with him, and there’s a magic-eating monster running around wearing Simon’s face. Baz would be having a field day with all this, if he were here—it’s their last year at the Watford School of Magicks, and Simon’s infuriating nemesis didn’t even bother to show up.”

Autora: Rainbow Rowell

Carry On é meio que a fanfic da Cath, de Fangirl, misturada com a história original de onde saiu a fanfic, mas escrita pela Rainbow Rowell e não pela autora fictícia. Em outras palavras, é como se fosse a fanfic da Rainbow Rowell pra história que nunca leremos.

O livro conta a história de Simon Snow, apontado por muitas profecias como O Escolhido, mas, de acordo com seu arqui inimigo e colega de quarto Baz, o pior escolhido a já ser escolhido. Ele não consegue controlar a própria mágica, geralmente, quando tenta ajudar, acaba explodindo – literalmente – as coisas e seus feitiços raramente saem como o planejado. A narração muda a cada capítulo, mas os pontos de vista só aparecem quando o personagem aparece na história, e o livro num geral é um romance.

Duas das coisas que eu mais gostei foram a maneira como o livro é escrito – a história não parece realmente se levar a sério, a Rainbow Rowell brinca MUITO com os clichês de “o escolhido” –e a forma extremamente prática que as coisas são explicadas. A forma como a magia funciona nesse universo – através de frases faladas por “pessoas comuns”, então, sim, “have a break, have a kit kat” e “where are you, Scooby Doo?” são feitiços para quem tem magia – é bizarra, mas faz sentido na explicação que é dada, tudo o que aconteceu com o Simon é explicado no primeiro “livro” – o livro é dividido em livros, que são divididos em capítulos -, as relações entre os personagens, as guerras que estão para acontecer, tudo é bem explicado e não fica chato nem repetitivo.

Minha parte preferida, porém, foi o Baz. Durante as primeiras 150 páginas, ele só é citado, na maioria das vezes na narração do Simon – que é obcecado por ele e SEMPRE volta para “o Baz falaria isso” –, e é INCRÍVEL como cria expectativa, e lindo como ela é atingida. O ponto de vista dele foi um dos mais divertidos, ele é sarcástico, direto e deixa o Simon mais interessante. O romance também funciona melhor por causa dele, e eu comecei a torcer por ele antes mesmo dele aparecer. xD

O maior ponto negativo pra mim, tho, foi a Agatha. Ela começa o livro como namorada do Simon, mas ainda no primeiro livro eles terminam – embora eles quase não estivessem juntos, já no começo – e ela ganha alguns capítulos ao longo da história. O problema é que ela é MUITO chata, MUITO fresca, e acrescenta pouquíssimo à história. É aquele personagem inútil mesmo, que tá ali só pra fazer número e carregar algumas informações que o leitor vai usar em algumas ligações, mas que os outros personagens não fazem ideia. Ela é uma bruxa que não queria ser bruxa, é apaixonada por um cara que não liga pra ela, é cheia de “eu não aguento mais ser só a donzela em perigo”, mas contia sendo só a donzela em perigo... Enfim, é dispensável e dá vontade de pular todos trechos em que ela aparece. O que balanceia isso é ter uma outra personagem feminina MUITO boa. /o/

Outro ponto é a semelhança com Harry Potter. O começo tem MUITO de Harry Potter, a sinopse lembra bastante a série e, se eu entendi direito, em Fangirl a idéia era mesmo ser uma paródia ou coisa assim. Sinceramente, não me incomodou quando li de fato, é até interessante ver como a história vai saindo do mundo de Harry Potter e ganhando os próprios contornos. Aqui também é a história de um menino sem pais – Simon foi deixado num orfanato ainda pequeno -, apontado por alguma profecia como O Escolhido, com um amigo e uma amiga, numa escola de magia... É interessante quando os dois começam a se diferenciar, com a magia por frases conhecidas, duas pessoas por quarto, uma construção que lembra mais uma vila que um castelo, oito anos de educação (sendo o oitavo opcional). Pra mim, valeu a leitura.

No geral, recomendo se você não tiver problema com as semelhanças com Harry Potter – encare como uma fanfic, algo leve, descompromissado e relativamente previsível – ou com a bissexualidade do personagem principal – e, se você leu até aqui, já até sabe qual é o casal da história. É um bom (e longo, mais de 500 páginas) passatempo. :P

Nenhum comentário:

Postar um comentário