sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Joy (2015)

Sinopse: "Criativa desde a infância, Joy Mangano (Jennifer Lawrence) entrou na vida adulta conciliando a jornada de mãe solteira com a de inventora e tanto fez que tornou-se uma das empreendedoras de maior sucesso dos Estados Unidos.”

Direção: David O. Russell

Duração: 124min.

O filme é narrado pela avó da Jou, Mimi, e conta a história de Joy Mangano, criadora do esfregão multiuso – aquele que você torce usando um botão –, e todos os problemas que ela enfrentou entre a fabricação e divulgação do produto, incluindo problemas com a patente. Ele começa com um trechinho da Joy criança, mostrando que ela sempre foi criativa e um tanto sonhadora, mas logo pula para a Joy adulta, que ainda mora com a mãe – os pais se separaram anos antes -, a avó, os dois filhos pequenos e o ex-marido – que mora no porão e às vezes divide com o pai dela.

A história é drama DRAMA, as coisas demoram a dar certo para a Joy e parece que sempre tem um obstáculo, às vezes gigantes, para acabar com qualquer momento de felicidade. Ela desistiu da faculdade para ficar em casa e ajudar a mãe que fica o tempo todo fechada no quarto assistindo novelas, arrumou um emprego x para pagar as contas em casa, abrigou o ex-marido mesmo depois de dois anos de divórcio, faz a contabilidade da empresa do pai sem cobrar nada, tem uma meia-irmã que não a apoia em momento algum... A vida dela não é fácil, e a Joy criativa e inventiva ficou parada, encostada nesse caos.

Aliás, é limpando vinho do chão do barco da nova namorada do pai que a Joy tem a ideia para o esfregão que torce sem precisar usar as mãos, e começa a desenhar o conceito com as mãos ainda enfaixadas depois de cortá-las torcendo o esfregão comum, que ficou cheio de cacos de vidro presos entre as tirinhas.

Antes de comentar de fato o filme, é útil falar que assisti o filme num dia em que uma entrevista de emprego não deu certo, eu estava no meio de uma crise de ansiedade e eu só tinha lido a sinopse – não tinha visto o trailer –, estava sem expectativas para o filme, e já faz um tempo que não ponho fé na J-Law. Mas fui surpreendida de forma muito positiva.

É fácil simpatizar com a Joy, e eu entendo a indicação da Jennifer Lawrence tanto ao Globo de Ouro quanto ao Oscar. Não sei até onde ela merece ganhar, porque não vi as outras indicadas em seus filmes ainda, mas ela totalmente mereceu a indicação. É fácil torcer pela personagem, pelo seu sucesso, e eu chorei com alguns dos fracassos e obstáculos que ela encontrou – sendo o principal deles a descrença dos outros.

Além dela, o ex-marido, Tony, e a melhor amiga, Jackie, foram meus personagens preferidos, os únicos que verdadeiramente ajudaram quando ela precisou – ele que arrumou o encontro com o dono da QVC, que resolveu vender o esfregão, e ela que ajudou nas vezes em que a Joy travou. Na narração da avó dela, inclusive, tem o comentário de que Joy e Tony sempre foram melhores amigos do que casados.

No geral, gostei muito do filme, é uma história inspiradora de uma mulher bem comum que inventou algo muito útil e brigou pela própria ideia, para fazer acontecer, e teve um final feliz. No final da história, alguns outros inventos feitos por pessoas comuns são mostrados, e são verdadeiramente úteis – aquela coisa de que foram criados por quem melhor entende a situação, alguém que também a vive constantemente. A trilha sonora é bem boa, o figurino é ótimo, e tem algumas sequências muito boas que explicam como as coisas eram na época de forma bem prática – como uma sequência do Neil explicando como funcionavam os canais de vendas da época.

Minha observação sobre o estado no dia em que assisti, aliás, foi porque eu chorei em vários trechos do filme. Alguns atingiram too close to comfort e eu pude me identificar demais com a Joy. E a verdade é que eu não me identifico de verdade com a Joy, porque eu não banco ninguém, eu dependo de alguém porque estou desempregada, mas os momentos em que parecia que tudo ia tão mal que nunca daria certo foram incomodamente familiares pra mim.

E eu quero a força dela pra mim, porque enquanto eu ainda estou aqui tentando me encontrar, ela teve uma ideia brilhante e batalhou – muito, MUITO mesmo – por essa ideia, e resolveu os problemas praticamente sozinha no fim das contas. Eu admiro demais isso, e é verdadeiramente inspirador.

Super recomendo, vale a pena, vá assistir e me conte o que achou. ;)

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