quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Cavaleiros do Zodíaco: A Saga do Santuário (2014)

Sinopse: "Em uma remota era mitológica, haviam os defensores de Atena. Quando as forças do mal ameaçavam o mundo, eles apareciam. Atualmente, após um longo período de guerra, uma mulher, preocupada devido aos misteriosos poderes que possui, é inesperadamente atacada e salva pelo Cavaleiro de Bronze Seiya. Então Saori começa a entender seu destino e, junto com Seiya e seus companheiros Cavaleiros de Bronze, decidem se dirigir ao Santuário. Lá, porém, além de enfrentar as armadilhas do Mestre do Santuário, terão que lidar com os mais poderosos dos Cavaleiros, os orgulhosos Cavaleiros de Ouro.”

Direção: Keichi Sato

Duração: 93min.

Well, well, well. Começando com dois avisos: o mais importante, eu gostei de uns 80% da animação, só tem dois pontos que dão vergonha alheia mesmo e não dá para montar nenhum tipo de argumento que defenda a bizarrice, mas (e esse é o segundo aviso) eu fui com expectativas extremamente baixas pro cinema, esperando ver uma coisa terrível, então provavelmente esse é o motivo de eu ter gostado. Eu simplesmente esperava algo tão ruim que minhas expectativas foram facilmente superadas, e é bem assim que eu recomendo que você vá assistir: esperando algo trash.

A história em si é aquela mesma conhecida e amada por todos: Saori tirada às pressas do Santuário pelo Aioros, Aioros morrendo para proteger Athena e, consequentemente, sendo pintado como o culpado, o traidor do Santuário, e, anos depois, os cavaleiros de bronze enfrentando os cavaleiros de ouro enquanto tentam chegar à última casa do Santuário para salvar a Athena – e tirar de lá os impostores. Além de, claro, a Saori, o Seiya é o personagem com mais destaque aqui também, mas, y'know, a série chama Saint Seiya por um motivo. Só me incomoda que os outros ficam meio jogados de lado por um bom tempo, e as batalhas mais épicas de cada um deles foi resumida ao máximo ou cortada totalmente. Meio decepcionante.

Se o desenho era arrastado em vários momentos e os mais de 70 episódios poderiam ser diminuídos em algo como 50 episódios, a animação no cinema corre para cobrir toda a história em 90min. E incomoda, várias vezes, que tudo está num ritmo muito acelerado, algumas lutas épicas são puladas, algumas casas são cortadas, alguns cavaleiros de ouro fazem reunião numa casa para acelerar a coisa ainda mais. Isso é chato e fica bem frustrante quando você sabe o que foi o cortado – quando você conhece a história.

Falando sobre os pontos positivos, a animação é, com certeza, um dos maiores pontos positivos. O traço está lindo demais, o desenho está bem-feito, é tudo muito bonito de ver. As armaduras estão diferentes, mas não muito – elas lembram mais os signos e tem detalhes mais “únicos” -, e algo que sempre me incomodou no desenho, a relação imagem x idade, não existe aqui. Os cavaleiros de bronze parecem ter seus 15~16 anos, a Saori também parece uma adolescente, e eu eu gostei pra caramba disso Os olhos brilhantes não me incomodou, e os golpes também ficaram lindos. Ainda no começo, antes de partirem pro Santuário, a Saori corta o cabelo por conta de alguns acontecimentos, e eu vi muita gente reclamando, mas até que gostei. Sei lá, ficou bonito e combinou. Outra mudança bem interessante foi a forma de ir e a configuração do Santuário. Ir de avião pra um lugar tão sagrado sempre pareceu esquisito, e a maneira como fizeram na animação ficou bem bonita e deu a impressão de sagrado, guardado, quase mitológico. Foram mudanças para melhor, na minha opinião de fã-não-xiita.

Outro ponto positivo enoooorme, mas esse é só para brasileiros e especialmente para quem assistiu o anime quando passava láááá em 94, a dublagem conta com todas as vozes originais, e isso é te jogar em uma hora e meia de nostalgia total. Do narrador ao vilão, todos os dubladores originais estão lá. É lindo.

Agora, aos pontos negativos. A correria que ficou na história é algo que incomoda, mas que até daria para relevar não fosse os dois pontos verdadeiramente irritantes da animação: o Máscara da Morte, que sempre foi um cavaleiro de ouro mega sombrio, que dava medo, só pode ser definido nessa versão como um palhaço falido. Eles faz piadas péssimas, ele canta (what.in.the.world?), as cabeças que ele coleciona no anime viraram as luzes e o coro que acompanha as tais músicas nessa versão... Ele dá uma total vergonha alheia durante todo o tempo que está na tela. Sério, é triste.

O final é outro ponto negativo. Primeiro te dá a impressão de Final Fantasy, depois te dá a sensação de wtf?, quando o Seiya aparece com a armadura de Sagitário e –pequeno spoiler aqui – ela tem o corpo de cavalo, centauro feelings, sendo que no Aioros ela era normal. What the heck?

Além disso, rola a decepção por não ter Pegasus Fantasy – ou qualquer música clássica de Cavaleiros do Zodíaco, truth be told – em nenhum momento, e o Seiya não falar “me dê sua força, Pegasus”, mas isso é frustração de fã antiga. xD Uma boa observação, by the way, é que eu assisti algumas sagas de Cavaleiros do Zodíaco, dois filmes (um deles eu literalmente assisti até não existir mais video cassete em casa) e li alguns dos mangás. Minha saga preferido, porém, é a do Santuário mesmo.

Concluindo, eu recomendo a animação feitas as ressalvas. Não vá esperando um remake, porque não é um remake, não vá esperando ver todas as 12 casas, não vá esperando a batalha épica do Ikky contra o Shaka. Vá esperando uma hora e meia, ou quase isso, de distração e diversão, com alguma nostalgia em alguns momentos (e toda vez que o Hyoga falar, porque ele continua sendo absolutamente zen). Vá com expectativas baixas e a coisa vai funcionar melhor para você. Actually, me deu até vontade de assistir de novo – se eu pudesse trocar o Máscara da Morte por uma versão mais longa da luta entre o Hyoga e o Camus ou pela batalha épica entre Ikky e Shaka, acho que eu ignoraria o final e seria uma fã mais feliz.

2 comentários:

  1. Pois é, o filme em resumo foi nostálgico, irritante e com animações belíssimas, foi nostálgico pelo mesmo motivo que você citou em seu texto, irritante justamente pelo efeito ''espremedor de limão'' (claro que o filme é uma homenagem e não um remake, então por isso essa parte é perdoável) e pelo Cavaleiro de ouro da casa de Câncer... sério mesmo? ele ficou muito diferente! eu recomendo o filme tanto para os fãs da velha guarda, quanto para a nova geração, vamos ser francos é uma ótima animação!

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    1. É liiiiindo, me apaixonei pela animação, ficoi incrível. <3

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