terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

#34 Lendo: Cenas de Nova York & Outras Viagens

Sinopse: "O vagabundo americano tem enfrentado uma barra pesada para vagabundear atualmente devido ao aumento da vigilância policial nas autoestradas, entroncamentos ferroviários, praias, margens de rios, aterros e os mil e um esconderijos escusos da noite industrial. (...) Eu próprio fui um vagabundo, mas só até certo ponto, como se vê, porque sabia que algum dia meus esforços literários seriam recompensados com a proteção social – não fui um vagabundo autêntico, sem esperanças, exceto aquela eterna esperança secreta que se adquire dormindo em vagões vazios que atravessam o vale de Salinas sob o sol quente de janeiro."

Autor: Jack Kerouac

Até pouco mais de um ano atrás, eu não conhecia Jack Kerouac, e até dois meses atrás eu não fazia idéia de que ele era um autor/ Yeah, blame me, eu só descobri que ele existia com uma música de um musical que eu nunca vi. Eu conheci The Unauthorized Biography of Samantha Brown com esse video do Aaron Tveit cantando Run Away With Me, e um dos versos é “we’ll be on the road like Jack Kerouac”. Sim, eu não sabia da existência de On the Road, me julgue. Só mais de um ano depois eu passei pelo livro Cenas de Nova York & Outras Viagens num site e fiquei curiosa para ler. Junte o título do livro com o verso (e o tema) da música e eu quase certeza de que adoraria. Eu não estava errada.

Cenas de Nova York & Outras Viagens é um livro bem pequeno, de 64 páginas, com três contos – se não me engano, dois já publicados anteriormente – de Jack Kerouac, um dos ícones da cultura beat. Os três contos não parecem ter qualquer tipo de ordem cronológica, mas têm o tema de viagens – todo tipo de viagem – em comum, e o meu preferido é o primeiro, sem dúvidas. Cenas de Nova York foi escrito décadas atrás, mas, mais do que dar vontade de pular num avião com destino à NYC só para ver tudo que ele descreve, a escrita faz tudo parecer extremamente... Atemporal. O autor faleceu em 69, mas o texto parece atual, e tão detalhado que dá para imaginar as ruas e os lugares, deixa realmente a impressão de que, se for para NY e procurar as ruas que ele aponta, vai encontrá-las exatamente da maneira que são descritas no livro, mesmo passados mais de 30 anos.

E essa sensação de texto atemporal continua nos outros dois, sobre a vez em que Kerouac foi vigia de incêndios florestais - aí você acredita quando ele diz que já fez de tudo – e sobre as dificuldades de ser um vagabundo americano. Eu adorei a maneira que ele escreve, no estilo mais bizarro de narração, que às vezes perde pontos e vírgulas e simplesmente continua, detalhando paisagens e caminhos como se quisesse ter certeza de que você – ou ele - saberia fazer exatamente aquele caminho depois, sem perder nenhum ponto importante. Se você achava que Águas de Março era uma descrição de detalhes soltos pelo caminho, Cenas de Nova York está aí para mostrar como se faz a descrição de detalhes pelo caminho.

Enfim, adorei o livro, recomendo mesmo, é pequeno, rápido de ler e deixa uma vontade gigante de viajar, da primeira à última página. Só o que eu quero agora é um emprego para poder bancar outra viagem para NY. Eu simplesmente não preciso ler outro livro antes de falar que Jack kerouac entrou para minha lista de autores preferidos, mas mesmo assim quero ler On The Road num futuro próximo, porque além de ser o livro mais conhecido, a história por trás da produção é no mínimo curiosa – ele cortou folhas de papel manteiga, grudou uma sequência delas uma na outra e escreveu, em três semanas, 36m de rolo de texto.


Agora
- Eu não faço idéia do nome do programa, mas é “alguma coisa” Confeiteiros
- O programa
- Youtube e Facebook
- Nada, mas estômago ronca.
- Os Miseráveis e A Menina Que Roubava Livros

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