quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

The last one born but the first one to run

“Starry nights, city lights
Coming down over me
Skyscrapers and stargazers
In my head
Are we we are, are we we are the waiting unknown”

Are We The Waiting, Green Day


Eu sou uma pessoa impulsiva. Relativamente impulsiva.

Raramente penso antes de falar, poucas vezes mordo a língua para não comentar algo, dificilmente paro e penso antes de fazer alguma coisa. Porém - e sempre existe um porém -, quando algo realmente me anima, eu penso nos obstáculos mais impossíveis de acontecer.

Quando cismei com o intercâmbio pós-colégio, não conseguia deixar de pensar no que faria se passasse na faculdade, como conseguiria as horas cuidando de crianças, se conseguiria o visto e o passaporte, se a família seria legal, se eu passaria no teste de inglês da agência, se morreria de saudades antes mesmo de entrar no avião, se teria experiência suficiente na direção, se tiraria a CNH a tempo...

No final, isso tudo me fez adiar o intercâmbio, suspender os planos até que pudesse cumprir todos os requisitos. Aí entre na faculdade, e interromper pra viajar não parecia muito sensato - não que, em certos dias, eu não quisesse empacotar tudo e pular dentro dum avião.

Quando eu vi esse tweet pela manhã, meu lado impulsivo entrou em ação. Em menos de uma hora eu já tinha feito contas, pesquisado sobre o passaporte e o visto americano, e estava procurando como tirá-los com urgência. Já tinha visto as datas das apresentações marcadas em vermelho, os preços dos ingressos para cada área. E fiquei inquieta.

Porque eu realmente quero ir, eu realmente vou procurar sobre isso, eu realmente quero assistir. Mas então meu lado racional veio mostrar todas as chances disso dar errado. A possível falta de dinheiro, a possível falta de data para o passaporte, as chances do visto americano ser negado, de não ter data até lá, meu inglês não ser tão bom assim... Até pensei no possível estágio. Com certeza não cairia bem dizer que preciso faltar alguns dias porque vou correndo nos Estados Unidos ver o Billie Joe atuando em American Idiot.

E isso me deixou ainda mais inquieta. Eu não conseguia me concentrar, até ouvir o que as pessoas estavam falando ficou complicado - é como se meus pensamentos estivessem altos demais. Ficar sentada ainda parece uma tortura, é sufocante, queria poder ligar, perguntar, acertar.

Queria poder abaixar a cabeça por um segundo e chorar desesperadamente para me acalmar, e aí sim, respirar fundo, colocar os pensamentos em ordem, não agir feito louca.

Help me, God.

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